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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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CRIAÇÃO

Atividade cresce 50% ao ano, mas venda de carne no país ainda é baixa

Rebanho de avestruz dobra em 2 anos

Matuit Mayezo/Folha Imagem
Criação de avestruzes em chácara na região de Campinas (São Paulo); retorno do investimento leva, em média, três anos


CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O rebanho brasileiro de avestruz deve dobrar nos próximos dois anos. As estimativas partem da Acab (Associação de Criadores de Avestruz do Brasil).
Hoje, são cerca de 100 mil animais num plantel que cresce a uma taxa de 50% ao ano. Esse crescimento estimula um mercado que movimenta US$ 5 milhões (R$ 15 milhões) por ano. A maior parte dessa renda é gerada por pequenos produtores.
Mas, antes de se aventurar na criação de avestruzes, é preciso ter em mente que a estrutiocultura é um investimento de longo prazo e que a comercialização de carne ainda é um pequeno nicho. Hoje, 70% da renda da estrutiocultora brasileira provém da venda de animais reprodutores, 25% vêm de insumos para a produção e apenas 5% da venda de carne.
Para iniciar um criatório de avestruzes, o investimento é de aproximadamente R$ 20 mil. No cálculo, entram as despesas com a compra de cinco casais de filhotes -preço de mercado de cada filhote: R$ 800-, instalação dos piquetes e ração para os animais. Cada ave consome o equivalente a R$ 400 anualmente.
Adair Nery Furlani, 54, é um exemplo desse mercado. Há dois anos, ela e o marido decidiram investir na atividade. A estrutiocultora começou com um casal de avestruzes importados da África do Sul por R$ 27 mil. Hoje, são 40 animais na chácara da família, em Campinas (SP). Por enquanto, relata a agricultora, o empreendimento está em fase de implantação. "É um investimento de longo prazo, só esperamos ter lucro em três anos", afirma.
Esse é, aliás, o tempo médio de expectativa de retorno calculado pela Acab. "A expectativa de retorno do investimento se dá normalmente entre o quarto e o quinto anos do empreendimento", afirma o presidente da associação, Celso da Costa Carrer.
Enquanto esperam a consolidação do mercado para carne de avestruz, alguns produtores se dedicam a outras atividades. A empresa PróAvestruz, com sede em Porto Feliz (SP), se dedica à incubação de ovos para outros criadores. A atividade alternativa rende R$ 1 milhão por ano.


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