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Energia do Madeira deve ser mais cara
Preço deve ser 16% maior que o acertado no leilão de geração hidrelétrica realizado em outubro e deve se igualar ao de Angra 3
Necessidade de construir
linhas de transmissão
extensas até centros de
consumo é um dos fatores
de encarecimento da tarifa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo espera que o preço
da energia gerada pela hidrelétrica de Santo Antônio fique
próximo do que foi estimado
para a usina nuclear de Angra 3
-ou aproximadamente R$ 140
por MWh (megawatt-hora). O
valor é 15,8% maior do que o
preço médio da energia hidrelétrica vendida no leilão de outubro do ano passado.
De acordo com a metodologia do leilão das usinas do rio
Madeira, vence a disputa a empresa ou o consórcio que oferecer a menor tarifa para a energia que for gerada. Ou seja, o valor teto fixado pelo governo,
por essa estimativa, deveria ser
superior a R$ 140 por MWh.
Amortização
A energia hidrelétrica é mais
barata do que a energia nuclear,
mas essa regra vale apenas
quando os investimentos já estão amortizados: ou seja, quando a usina já está paga. Isso
acontece pois as hidrelétricas
geram energia usando a água
que passa nos rios, e as termelétricas, incluindo as nucleares,
precisam de combustível: óleo,
gás ou urânio (nuclear).
No caso das usinas do Madeira, há outro agravante. Os melhores locais para a construção
de hidrelétricas -mais próximos aos centros de consumo-
já foram usados. Para fazer chegar a energia gerada nas usinas
do Madeira, será necessária a
construção de uma linha de
transmissão de 2.450 quilômetros, que ligará a usina à cidade
de Araraquara (SP).
Os custos da transmissão da
energia compõem a tarifa que é
paga pelo consumidor. Dessa
forma, mesmo a energia hidrelétrica tende a ficar cada vez
mais cara, com usinas construídas longe dos centros de consumo. A linha de transmissão que
vai ligar a usina de Santo Antônio à cidade de Araraquara deverá ser licitada no ano que
vem. A obra está estimada em
R$ 10 bilhões.
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