São Paulo, Quinta-feira, 12 de Agosto de 1999
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TRABALHO
CUT e Força fazem reunião hoje para estudar proposta para montadoras
Centrais querem contrato coletivo

FÁBIA PRATES
em São Paulo

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical querem retomar a discussão sobre a criação de um contrato coletivo de trabalho para a indústria automotiva, como forma de proteger os empregos no setor.
Representantes de sindicatos ligados às duas entidades se reúnem hoje em São Paulo em busca de uma proposta comum para ser encaminhada ao Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos).
Ao propor o contrato coletivo, as entidades querem estabelecer parâmetros mínimos, de salários e jornada de trabalho, por exemplo, que garantam condições iguais entre os metalúrgicos dos diversos Estados.
"O contrato coletivo garante condições sociais iguais. Uma empresa não vai para outro Estado para explorar mais", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Heiguiberto Guiba.
Para ele, a guerra fiscal travada entre os Estados para atrair empresas e a diferença de salários são causas da migração de empregos.
De acordo com a CNM, os salários pagos pelas montadoras do ABC são quase o dobro dos pagos pela Fiat, em Minas, que, por sua vez, são duas vezes maiores que os pagos pela Volkswagen no Rio de Janeiro.
"A diferença de salário é muito grande e as condições de trabalho são piores", afirmou Guiba.
A greve dos metalúrgicos da Ford do Ipiranga, no final do mês passado, por causa da ameaça de a fábrica ser fechada, em decorrência da instalação da unidade da Bahia, aumentou a necessidade de se buscar o contrato coletivo, disse Guiba.

Paralisação
As entidades planejam uma paralisação nacional dos metalúrgicos para pressionar o sindicato patronal no dia em que a proposta for entregue, mas ainda não há consenso sobre datas.
A CNM, que convocou a reunião de hoje, tinha previsto a paralisação para o próximo dia 24.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, a defende para meados de setembro, caso uma tentativa de sensibilizar os empresários seja frustrada.
Paulinho quer também a participação de todos os empregados da cadeia produtiva e não apenas das montadoras.
"Não queremos fazer nada isolados", disse Guiba, que estará na reunião com dirigentes sindicais de todas as unidades ligadas à CUT e com o presidente da Força Sindical.
Segundo Guiba, além dos parâmetros para salários e jornada de trabalho, outras questões, como a fixação de uma única data-base e a nacionalização das peças, estarão em debate na reunião.
Metalúrgicos de todos os Estados devem participar da reunião.


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