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TRABALHO
CUT e Força fazem reunião hoje para estudar proposta para montadoras
Centrais querem contrato coletivo
FÁBIA PRATES
em São Paulo
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical
querem retomar a discussão sobre a criação de um contrato coletivo de trabalho para a indústria
automotiva, como forma de proteger os empregos no setor.
Representantes de sindicatos ligados às duas entidades se reúnem hoje em São Paulo em busca
de uma proposta comum para ser
encaminhada ao Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de
Veículos).
Ao propor o contrato coletivo,
as entidades querem estabelecer
parâmetros mínimos, de salários
e jornada de trabalho, por exemplo, que garantam condições
iguais entre os metalúrgicos dos
diversos Estados.
"O contrato coletivo garante
condições sociais iguais. Uma
empresa não vai para outro Estado para explorar mais", afirmou o
presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Heiguiberto Guiba.
Para ele, a guerra fiscal travada
entre os Estados para atrair empresas e a diferença de salários são
causas da migração de empregos.
De acordo com a CNM, os salários pagos pelas montadoras do
ABC são quase o dobro dos pagos
pela Fiat, em Minas, que, por sua
vez, são duas vezes maiores que
os pagos pela Volkswagen no Rio
de Janeiro.
"A diferença de salário é muito
grande e as condições de trabalho
são piores", afirmou Guiba.
A greve dos metalúrgicos da
Ford do Ipiranga, no final do mês
passado, por causa da ameaça de
a fábrica ser fechada, em decorrência da instalação da unidade
da Bahia, aumentou a necessidade de se buscar o contrato coletivo, disse Guiba.
Paralisação
As entidades planejam uma paralisação nacional dos metalúrgicos para pressionar o sindicato
patronal no dia em que a proposta for entregue, mas ainda não há
consenso sobre datas.
A CNM, que convocou a reunião de hoje, tinha previsto a paralisação para o próximo dia 24.
O presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,
a defende para meados de setembro, caso uma tentativa de sensibilizar os empresários seja frustrada.
Paulinho quer também a participação de todos os empregados
da cadeia produtiva e não apenas
das montadoras.
"Não queremos fazer nada isolados", disse Guiba, que estará na
reunião com dirigentes sindicais
de todas as unidades ligadas à
CUT e com o presidente da Força
Sindical.
Segundo Guiba, além dos parâmetros para salários e jornada de
trabalho, outras questões, como a
fixação de uma única data-base e
a nacionalização das peças, estarão em debate na reunião.
Metalúrgicos de todos os Estados devem participar da reunião.
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