São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000

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INTERNET
Empresa, uma das primeiras provedoras de acesso gratuito, atrasa salários e demite cerca de 130 funcionários
Sem capital, Super11.Net fecha as portas

Patrícia Santos/Folha Imagem
Funcionários do Supe11.Net aguardam atendimento na portaria do edifício onde fica o provedor


MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Super11.Net, um dos primeiros provedores de acesso grátis à Internet do Brasil, fechou as portas ontem. A empresa, que não conseguiu aportes de capital para dar continuidade aos negócios, decidiu encerrar as atividades.
Os cerca de 130 funcionários do provedor chegaram ontem ao trabalho e não puderam entrar no prédio onde a empresa ocupava três andares. Na recepção, uma carta afirmava que, para garantir a preservação do patrimônio, a entrada dos funcionários para retirada dos objetos pessoais seria controlada pela empresa.
A portaria do edifício só permitia a entrada de grupos de três funcionários e as pessoas passaram toda a manhã em frente ao prédio. Nagib Mimassi, um dos sócios mais conhecidos da empresa, não estava, ontem pela manhã, na sede do Super11.Net.
Os funcionários não receberam os salários do mês de agosto. Ontem, discutiam a melhor forma de exigir o pagamento de seus direitos trabalhistas.

Dificuldades financeiras
Desde o início do mês passado começaram a circular boatos a respeito das dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa. A Folha apurou que o fundo de investimentos Europaweb, chegou a oferecer, em maio deste ano, US$ 30 milhões por uma participação acionária de aproximadamente 30% no negócio.
Na época, no entanto, parte dos investidores avaliou que a proposta não era atraente e as negociações não prosseguiram.
O provedor parece ainda ter tido uma segunda chance. Há no mercado financeiro quem afirme que um grupo de investidores tentava viabilizar a fusão do Super11.Net e do Gratis1, provedor de acesso grátis que tem como sócio o Chase Capital Partners e a Starmedia.
Para fechar o negócio, o Chase teria que fazer um aporte de capital no Gratis1, mas as negociações não prosperaram.
O diretor-executivo do Gratis1, Alejandro Cosentino, confirma que houve negociações. "Mas elas não avançaram tanto quanto os boatos fazem supor", diz.
Cosentino, que ainda não sabia que o Super11.Net havia decidido encerrar as operações, negou que houve a intenção de fundir as empresas. "Tivemos apenas conversas preliminares."
A Europaweb ainda fez uma última tentativa e tentou comprar a empresa nas últimas semanas. No entanto, as dívidas do provedor com as operadoras de telefonia e a dificuldade de renegociá-las acabaram fazendo o fundo desistir do negócio.


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