São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000

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ENERGIA
Segundo ministro, ninguém está tranquilo com o preço do petróleo, mas não há razão para decisões precipitadas
Malan descarta novo aumento dos combustíveis

JACQUELINE FARID
DO FOLHANEWS

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou ontem que "ninguém pode dizer que está tranquilo" com a cotação do petróleo, mas garantiu que não há nenhuma intenção de novo aumento nos preços dos combustíveis.
""Ninguém pode dizer que está tranquilo com o petróleo a mais de US$ 30 barril, mas não há nenhuma razão para decisões precipitadas", afirmou Malan.
O ministro disse que o governo está acompanhando com atenção as decisões da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e está aguardando que se definam os preços internacionais do petróleo, depois que os países exportadores concordaram em aumentar a produção.
Ele lembrou que em fevereiro do ano passado a cotação do produto atingia apenas US$ 11 o barril e disse acreditar que no próximo ano o produto custará entre US$ 22 e US$ 28, como estima a própria Opep. ""Não há razão para tanta excitação", disse.
Ontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez sinal de negativo ao ser questionado se haveria aumento do preço da gasolina, no início da tarde de ontem, no Itamaraty, depois de almoço com o primeiro-ministro de Cingapura, Goh Chok Tong.
Antes de responder à pergunta, o presidente a traduziu para o inglês para primeiro-ministro, a quem acompanhava até a porta de saída.
O ministro Malan, que falou no Rio para investidores estrangeiros em seminário promovido pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), reafirmou que as taxas de inflação vão começar a cair já a partir deste mês.
Segundo ele, o repique inflacionário de julho e agosto foi resultado de fatores já superados, como o reajuste dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica.
Outro ponto destacado por Malan, que deixará de interferir no índice de setembro, são os problemas que foram enfrentados pelo setor agrícola, especialmente em decorrência das geadas, que resultaram em elevação no preço dos alimentos.
""Em outubro a taxa estará normalizada", afirmou.
A palestra do ministro para os investidores aconteceu a portas fechadas. Segundo o ministro da Fazenda, os executivos ouviram o que ele vem repetindo nas suas recentes declarações: ""O Brasil mudou, está mudando e vai continuar a mudar".


Colaborou a Sucursal de Brasília

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