São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000

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RECUPERAÇÃO
Valor deve chegar a US$ 29 bi; PIB do país cresce 1% no 2º trimestre e indica que crise pode estar superada
Japão terá pacote de estímulo à expansão

GILLIAN TETT
DO FINANCIAL TIMES

O governo do Japão planeja um novo pacote de estímulo econômico ao país, que deve somar cerca de US$ 29 bilhões.
A informação foi dada ontem por membros do partido Democrata Liberal, do governo.
O partido deve iniciar uma série de encontros para definir a abrangência do pacote -que será o décimo nos últimos oito anos.
O governo japonês anunciou ontem o crescimento de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) do país no segundo trimestre, em relação ao primeiro. Foi o segundo crescimento consecutivo do indicador, que reafirma os indícios de recuperação econômica do país asiático.

Expansão
O percentual de crescimento do PIB ficou acima da expectativa do mercado. Alguns líderes empresariais do país sugerem que o Japão não precisa mais de pacotes de estímulo de gastos.
"Já é possível garantir a existência de um setor privado líder dentro da recuperação econômica do país, que se expandirá por meio das reformas estruturais e da desregulamentação", disse o empresário Yotaro Kobayashi, da Keizai Doyukai.
Entretanto essa sugestão é abafada por um coro de empresários que pedem estímulo ao consumo.
Recentemente, o Japão abandonou uma década de política de juros decrescentes e elevou as taxas básicas.

Formato do estímulo
O principal tema no Japão nos próximos dias será o formato do novo pacote e a certeza crescente de que o país está pondo o pé fora da recessão. No país, os políticos costumam anunciar pacotes dando pistas prévias da direção a ser seguida.
Entretanto Kiichi Miyazawa, ministro das Finanças, está planejando um orçamento de cerca de US$ 29 bilhões, valor considerado pelos economistas como o mínimo necessário para evitar uma política fiscal dura demais.
O Japão tem cultivado o hábito de prever orçamentos oficiais e depois revê-los para cima por meio de pacotes de estímulo.
Os dados do PIB alimentaram os dois lados do debate. Por um lado, o aumento do PIB indica que a maior parte da expansão está no aumento dos gastos públicos -que cresceram 13% no trimestre. Isso desencoraja a teoria daqueles que dizem ser necessário cortar os gastos públicos, o que poderia impedir o crescimento do país.
No entanto o dado mostra que o consumo privado também se recupera, tendo registrado crescimento de 1,7% e de 1,1% no segundo e no primeiro trimestre do ano, respectivamente.



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