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TRABALHO
Contribuição do segmento para o PIB é maior, mostra estudo do IBGE
Pequena empresa gera mais emprego
JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Se cada uma das micro e pequenas empresas de comércio e serviços do país, à exceção das familiares, contratasse mais um funcionário, o Brasil geraria, de imediato, 1 milhão de empregos.
O ensaio, feito a partir do Estudo Especial sobre Micro e Pequenas Empresas, divulgado ontem
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), mostra
que, aos poucos, o segmento pode
se tornar um dos motores para o
crescimento da economia.
Em 1998, micro e pequenas empresas empregavam 5,5 milhões
de pessoas nas áreas de comércio
e serviços. Esse número passou
para 7,3 milhões em 2001, com
uma alta média de 9,7% por ano.
O número de postos de trabalho
nas médias e grandes empresas,
por sua vez, cresceu de 4,3 milhões para 4,7 milhões. Ou seja,
apenas 2,9% por ano.
"Entre as razões para o aumento de empregos no segmento está
a alta taxa de natalidade dessas
companhias", explica o coordenador do Estudo Especial sobre
Micro e Pequenas Empresas, Roberto Saldanha. "Muitas pessoas
foram demitidas após as privatizações das estatais e aproveitaram
o dinheiro ganho com o PDV
(plano de demissão voluntária)
para abrir uma empresa", disse.
De 1999 a 2000, o número de pequenas e médias empresas com
até cinco funcionários cresceu
22,7% na área de comércio e
27,1% na de serviços.
O desafio para o segmento, segundo Saldanha, é a sobrevivência, já que muitas empresas não
chegam nem aos seis meses de vida. O índice de mortalidade das
empresas foi de 15,8% e 19%, respectivamente.
O IBGE contabilizou tanto os
empregos formais quanto os informais, mas apenas companhias
devidamente registradas participaram do levantamento.
Foram consideradas no estudo
empresas com receita bruta inferior a R$ 1,5 milhão por ano.
Além de gerar mais empregos, o
segmento contribui de forma significativa para o crescimento da
economia. A cada R$ 1 que faturam, as micro e pequenas companhias colaboram com R$ 0,37 para o PIB (Produto Interno Bruto,
ou soma de todas as riquezas do
país). Já as médias e grandes colaboram com bem menos: R$ 0,24.
As micro e pequenas, porém,
ainda deixam a desejar nos salários: a remuneração média de
seus empregados era de 1,7 salário
mínimo por pessoa em 2001, ante
4,3 salários nas firmas maiores.
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