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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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TRABALHO

Contribuição do segmento para o PIB é maior, mostra estudo do IBGE

Pequena empresa gera mais emprego

JULIANA RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Se cada uma das micro e pequenas empresas de comércio e serviços do país, à exceção das familiares, contratasse mais um funcionário, o Brasil geraria, de imediato, 1 milhão de empregos.
O ensaio, feito a partir do Estudo Especial sobre Micro e Pequenas Empresas, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, aos poucos, o segmento pode se tornar um dos motores para o crescimento da economia.
Em 1998, micro e pequenas empresas empregavam 5,5 milhões de pessoas nas áreas de comércio e serviços. Esse número passou para 7,3 milhões em 2001, com uma alta média de 9,7% por ano.
O número de postos de trabalho nas médias e grandes empresas, por sua vez, cresceu de 4,3 milhões para 4,7 milhões. Ou seja, apenas 2,9% por ano.
"Entre as razões para o aumento de empregos no segmento está a alta taxa de natalidade dessas companhias", explica o coordenador do Estudo Especial sobre Micro e Pequenas Empresas, Roberto Saldanha. "Muitas pessoas foram demitidas após as privatizações das estatais e aproveitaram o dinheiro ganho com o PDV (plano de demissão voluntária) para abrir uma empresa", disse.
De 1999 a 2000, o número de pequenas e médias empresas com até cinco funcionários cresceu 22,7% na área de comércio e 27,1% na de serviços.
O desafio para o segmento, segundo Saldanha, é a sobrevivência, já que muitas empresas não chegam nem aos seis meses de vida. O índice de mortalidade das empresas foi de 15,8% e 19%, respectivamente.
O IBGE contabilizou tanto os empregos formais quanto os informais, mas apenas companhias devidamente registradas participaram do levantamento.
Foram consideradas no estudo empresas com receita bruta inferior a R$ 1,5 milhão por ano.
Além de gerar mais empregos, o segmento contribui de forma significativa para o crescimento da economia. A cada R$ 1 que faturam, as micro e pequenas companhias colaboram com R$ 0,37 para o PIB (Produto Interno Bruto, ou soma de todas as riquezas do país). Já as médias e grandes colaboram com bem menos: R$ 0,24.
As micro e pequenas, porém, ainda deixam a desejar nos salários: a remuneração média de seus empregados era de 1,7 salário mínimo por pessoa em 2001, ante 4,3 salários nas firmas maiores.


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