DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo brasileiro tomou um empréstimo de US$ 750 milhões no mercado financeiro internacional por meio de uma emissão de bônus realizada ontem. O Brasil irá pagar juros de 10,66% ao ano para os investidores que adquiriram o papel -6,33 pontos percentuais a mais do que é pago pelos títulos emitidos pelos EUA.
Os títulos vendidos ontem vencerão em 2011. O dinheiro captado com a transação será depositado nas reservas internacionais do Brasil no próximo dia 18. É das reservas -hoje em US$ 51,5 bilhões- que saem os recursos usados no pagamento da dívida externa do governo e nas intervenções do BC no mercado de câmbio.
Na última emissão feita pelo Brasil, no final de julho, o governo já havia lançado US$ 123 milhões em papéis que vencem em 2011. Na ocasião, os juros pagos chegaram a 11,875% ao ano.
Com a operação, sobe para US$ 3,123 bilhões o total de títulos emitidos pelo país no mercado internacional. Foi a última transação desse tipo realizada neste ano pelo BC, que tinha por objetivo captar US$ 3 bilhões.
Esse dinheiro será usado para abater parte dos US$ 4,948 bilhões em parcelas da dívida externa do setor público que vencem neste ano. O endividamento do governo no exterior totaliza, segundo dados fechados em maio, US$ 116,8 bilhões -e vai crescer com o crédito obtido ontem.
Ao longo de todo o ano de 2002, o governo brasileiro emitiu US$ 3,940 bilhões em títulos no mercado internacional. O dinheiro foi mais do que suficiente para pagar os US$ 3,6 bilhões em parcelas da dívida que venceram no período.
O risco-país se manteve em níveis baixos. Ontem o indicador recuou 0,9%, para fechar aos 662 pontos. Os C-Bonds, após encostarem na máxima do ano nos negócios de quarta-feira, caíram 0,82%, para fechar aos US$ 0,9113.
O mercado acionário seguiu eufórico. A Bovespa bateu mais um recorde de pontos no ano. Com alta de 1,93%, o Ibovespa alcançou os 16.292 pontos. O giro do pregão foi ainda mais forte que os dos últimos dias, ficando em R$ 1,27 bilhão.
O dólar subiu 0,87%, para R$ 2,915. O Banco Central renovou apenas 42% de uma dívida cambial de US$ 1,5 bilhão que vence na próxima semana.


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