|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa de SP se recupera e avança 2,41%
Na véspera, Bovespa havia perdido 3,51%; cresce a expectativa de que o BC dos EUA corte os juros na próxima semana
Bolsa sobe 1,38% em NY, e mercado acionário também
tem ganhos na Europa; dólar
desce ao menor nível em
um mês, cotado a R$ 1,926
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A crescente expectativa de
que o Fed (o banco central dos
EUA) irá reduzir a taxa de juros
americana deu alento às Bolsas
de Valores pelo mundo ontem.
Após amargar perdas de 3,51%
na segunda-feira, a Bovespa
respirou e terminou o pregão
com valorização de 2,41%.
O dólar desceu a seu mais
baixo valor em um mês. Com
queda de 1,03%, a moeda encerrou cotada a R$ 1,926.
O movimento positivo vivido
em Wall Street permitiu que o
mercado local se recuperasse.
Na Bolsa de Nova York, houve
alta de 1,38%; a Nasdaq teve ganhos de 1,50%.
Diferentemente do esperado, Ben Bernanke, o presidente
do Fed, não fez comentários sobre política monetária ou a crise no mercado de crédito imobiliário ontem, em discurso em Berlim. Mas isso não chegou a
perturbar o mercado.
Na próxima terça-feira, os dirigentes do Fed irão se reunir
para definir como ficam os juros básicos dos EUA, que estão
em 5,25% anuais. Juros menores costumam ser bem recebidos pelo mercado acionário,
pois estimulam novos investidores a aplicarem em ações.
A Europa se destacou em termos de recuperação. O índice
FTSEurofirst 300, que reúne as
principais ações européias, valorizou-se em 1,68%, o melhor
retorno em três semanas. A
Bolsa de Londres subiu 2,39%,
e a de Frankfurt, 1,12%.
Operadores afirmaram que a
entrada de recursos estrangeiros destinados à Bovespa chamou a atenção ontem -e favoreceu a queda do dólar. Após três meses de saída líquida de
capital externo, a Bolsa tem saldo positivo de R$ 808,1 milhões
neste mês, até o dia 6. Em agosto, o balanço das operações feitas pelos estrangeiros ficou negativo em R$ 605,89 milhões.
As ações da Petrobras, que
estão entre as preferidas dos
estrangeiros, destacaram-se no
pregão. O papel preferencial da
empresa foi o mais negociado
(com 15% das operações totais)
e subiu 2,84%; o papel ordinário se apreciou em 3,07%.
Na segunda, a Petrobras declarou que uma descoberta de
petróleo na bacia de Campos é
viável comercialmente. Além
disso, o petróleo bateu recorde
ontem (leia à pág. B6).
Hoje, serão conhecidos os
dados do PIB (Produto Interno
Bruto) brasileiro do segundo
trimestre do ano. A expectativa
é que a economia nacional tenha acelerado seu crescimento
no período.
A agenda de eventos nacional
será completada amanhã, com
a apresentação da ata do último
encontro do Copom (Comitê
de Política Monetária). O documento trará explicações sobre
os motivos que levaram todos
os integrantes do Copom a optarem por uma redução de 0,25
ponto -de 11,5% para 11,25%-
na taxa básica, a Selic.
Dependendo do conteúdo do
documento, a parcela do mercado que entende que o processo de corte de juros de 2007 já
terminou pode aumentar.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas dos
contratos futuros recuaram levemente ontem. No contrato
que vence na virada do ano e
aponta as expectativas para a
Selic no fim de 2007, a taxa caiu
de 11,10% para 11,07%.
A pesquisa semanal do BC,
divulgada na segunda, mostrou
que as instituições financeiras
contam com a Selic a 11% no
fim de 2007. Ou seja, com mais
duas reuniões do Copom agendadas para este ano, espera-se
que a taxa básica caia apenas
mais 0,25 ponto percentual.
Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: Bancões falam sobre a crise Próximo Texto: Análise: Resgatar economia é desafio político Índice
|