São Paulo, quarta-feira, 12 de setembro de 2007

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Bolsa de SP se recupera e avança 2,41%

Na véspera, Bovespa havia perdido 3,51%; cresce a expectativa de que o BC dos EUA corte os juros na próxima semana

Bolsa sobe 1,38% em NY, e mercado acionário também tem ganhos na Europa; dólar desce ao menor nível em um mês, cotado a R$ 1,926

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A crescente expectativa de que o Fed (o banco central dos EUA) irá reduzir a taxa de juros americana deu alento às Bolsas de Valores pelo mundo ontem. Após amargar perdas de 3,51% na segunda-feira, a Bovespa respirou e terminou o pregão com valorização de 2,41%.
O dólar desceu a seu mais baixo valor em um mês. Com queda de 1,03%, a moeda encerrou cotada a R$ 1,926.
O movimento positivo vivido em Wall Street permitiu que o mercado local se recuperasse. Na Bolsa de Nova York, houve alta de 1,38%; a Nasdaq teve ganhos de 1,50%.
Diferentemente do esperado, Ben Bernanke, o presidente do Fed, não fez comentários sobre política monetária ou a crise no mercado de crédito imobiliário ontem, em discurso em Berlim. Mas isso não chegou a perturbar o mercado.
Na próxima terça-feira, os dirigentes do Fed irão se reunir para definir como ficam os juros básicos dos EUA, que estão em 5,25% anuais. Juros menores costumam ser bem recebidos pelo mercado acionário, pois estimulam novos investidores a aplicarem em ações.
A Europa se destacou em termos de recuperação. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações européias, valorizou-se em 1,68%, o melhor retorno em três semanas. A Bolsa de Londres subiu 2,39%, e a de Frankfurt, 1,12%.
Operadores afirmaram que a entrada de recursos estrangeiros destinados à Bovespa chamou a atenção ontem -e favoreceu a queda do dólar. Após três meses de saída líquida de capital externo, a Bolsa tem saldo positivo de R$ 808,1 milhões neste mês, até o dia 6. Em agosto, o balanço das operações feitas pelos estrangeiros ficou negativo em R$ 605,89 milhões.
As ações da Petrobras, que estão entre as preferidas dos estrangeiros, destacaram-se no pregão. O papel preferencial da empresa foi o mais negociado (com 15% das operações totais) e subiu 2,84%; o papel ordinário se apreciou em 3,07%.
Na segunda, a Petrobras declarou que uma descoberta de petróleo na bacia de Campos é viável comercialmente. Além disso, o petróleo bateu recorde ontem (leia à pág. B6).
Hoje, serão conhecidos os dados do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do segundo trimestre do ano. A expectativa é que a economia nacional tenha acelerado seu crescimento no período.
A agenda de eventos nacional será completada amanhã, com a apresentação da ata do último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária). O documento trará explicações sobre os motivos que levaram todos os integrantes do Copom a optarem por uma redução de 0,25 ponto -de 11,5% para 11,25%- na taxa básica, a Selic.
Dependendo do conteúdo do documento, a parcela do mercado que entende que o processo de corte de juros de 2007 já terminou pode aumentar.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as taxas dos contratos futuros recuaram levemente ontem. No contrato que vence na virada do ano e aponta as expectativas para a Selic no fim de 2007, a taxa caiu de 11,10% para 11,07%.
A pesquisa semanal do BC, divulgada na segunda, mostrou que as instituições financeiras contam com a Selic a 11% no fim de 2007. Ou seja, com mais duas reuniões do Copom agendadas para este ano, espera-se que a taxa básica caia apenas mais 0,25 ponto percentual.


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