São Paulo, Sexta-feira, 12 de Novembro de 1999
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MERCADO FINANCEIRO
Juro sobe em leilão do governo, após Copom

da Reportagem Local

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), tomada anteontem, de não alterar os juros básicos da economia, norteou os trabalhos do mercado de renda fixa ontem.
Os diretores do BC decidiram deixar a taxa Selic em 19% ao ano. A justificativa foi a pressão inflacionária, revelada pelos mais recentes índices divulgados.
A aposta era de uma redução de, no mínimo 0,25 ponto percentual. O próprio BC estava oferecendo taxa de 18,8% ao ano no balcão interbancário. Ontem, depois da decisão do Copom, o BC negociou no mercado a 19%, reajustando as taxas que vinham sendo praticadas.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os juros projetados para dezembro passaram de 19,27% para 20,47% -um ajuste de 6,23%.
No leilão de papéis prefixados, o governo teve que pagar juros maiores do que os da semana passada. Para o lote de R$ 1 bilhão de LTNs (Letras do Tesouro Nacional), com vencimento em seis meses, o governo pagou juros médios de 21,13% ao ano.
Na quinta-feira da semana passada, a taxa paga, em papéis de mesma duração, foi de 20,74%.
A política do Copom provocou pessimismo na abertura dos trabalhos da Bolsa de Valores de São Paulo, que chegou a registrar queda de 0,89%.
A vitória do governo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o primeiro passo para que o Congresso possa aprovar cobrança previdenciária dos servidores inativos, melhorou o ritmo dos negócios.
A Bovespa fechou o dia com alta de 0,67%, registrando novo recorde de pontos no ano (13.189).
Apesar de ter fechado poucos negócios, o mercado cambial continuou respondendo negativamente às mais recentes divulgações de índices inflacionários.
O dólar comercial, que só cedeu anteontem após intervenção do BC, subiu 0,10%, fechando cotado a R$ 1,931.
A moeda bateu em R$ 1,94 durante a manhã e circulou no mercado a informação de que o BC iria intervir novamente no câmbio (colocando dólares à venda). Isso não se confirmou, mas foi suficiente para conter a subida.
(MARCELO DIEGO)


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