São Paulo, Sexta-feira, 12 de Novembro de 1999
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Kaiser diz que estuda comprar Skol se Cade confirmar parecer

NEY HAYASHI DA CRUZ
free-lance para a Folha

O presidente da Kaiser, Humberto Pandolpho, disse ontem que a empresa estudará a aquisição da Skol -que hoje pertence à Brahma-, caso o parecer da Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) seja confirmado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
"(A Skol) é uma excelente cerveja, uma excelente marca e merece uma avaliação especial por parte da Kaiser." Pandolpho disse, porém, que a empresa irá esperar a decisão do Cade para tomar qualquer decisão.
O presidente da Kaiser disse que a venda da Skol serviria para "reequilibrar o mercado". De acordo com Pandolpho, a união entre Brahma e Antarctica resultaria em uma empresa com menor participação de mercado do que a que já existe hoje, reunindo Brahma e Skol.
O secretário de Acompanhamento Econômico, Claudio Considera, afirmou que "qualquer empresa pode comprar a Skol", inclusive a Kaiser. Para o secretário, essa aquisição não traria prejuízos à concorrência porque "a AmBev seria uma forte concorrente" para as duas outras empresas.
Considera disse, porém, que essa compra teria de ser estudada pelos órgãos de defesa da concorrência.
Por meio de uma videoconferência, o presidente da Kaiser concedeu entrevista coletiva, nos jardins do Ministério da Fazenda, logo após a divulgação do parecer da Seae. Advogados da AmBev não permitiram que a entrevista fosse realizada dentro do prédio do ministério.
"O parecer é uma vitória, uma conquista dos consumidores do Brasil", declarou Pandolpho. Para ele, as medidas propostas são "suficientes" para evitar a consolidação de um monopólio no mercado de cervejas.
A Kaiser é a quarta maior fabricante de cervejas do Brasil, atrás de Skol, Antarctica e Brahma. A empresa se opõe à criação da AmBev.
A Kaiser já havia entrado com representação no Cade para impugnar a fusão. Além disso, ameaçava apelar à Justiça comum caso ela fosse aprovada.
Desde que a união entre Brahma e Antarctica começou a ser analisada pelos órgãos de defesa da concorrência, a Kaiser tem enviado ao governo estudos que dizem que a fusão traria prejuízos aos consumidores.
Pandolpho disse que ainda pretende encaminhar Secretaria de Defesa Econômica um novo estudo sobre a fusão, feito por uma empresa de consultoria. Na semana passada, ele queria que o anúncio do parecer da Seae fosse adiado para que houvesse tempo para a conclusão dessa pesquisa.






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