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Kaiser diz que estuda comprar
Skol se Cade confirmar parecer
NEY HAYASHI DA CRUZ
free-lance para a Folha
O presidente da Kaiser, Humberto Pandolpho, disse ontem
que a empresa estudará a aquisição da Skol -que hoje pertence à
Brahma-, caso o parecer da Seae
(Secretaria de Acompanhamento
Econômico) seja confirmado pelo
Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica).
"(A Skol) é uma excelente cerveja, uma excelente marca e merece uma avaliação especial por
parte da Kaiser." Pandolpho disse, porém, que a empresa irá esperar a decisão do Cade para tomar
qualquer decisão.
O presidente da Kaiser disse que
a venda da Skol serviria para "reequilibrar o mercado". De acordo
com Pandolpho, a união entre
Brahma e Antarctica resultaria
em uma empresa com menor
participação de mercado do que a
que já existe hoje, reunindo Brahma e Skol.
O secretário de Acompanhamento Econômico, Claudio Considera, afirmou que "qualquer
empresa pode comprar a Skol",
inclusive a Kaiser. Para o secretário, essa aquisição não traria prejuízos à concorrência porque "a
AmBev seria uma forte concorrente" para as duas outras empresas.
Considera disse, porém, que essa compra teria de ser estudada
pelos órgãos de defesa da concorrência.
Por meio de uma videoconferência, o presidente da Kaiser
concedeu entrevista coletiva, nos
jardins do Ministério da Fazenda,
logo após a divulgação do parecer
da Seae. Advogados da AmBev
não permitiram que a entrevista
fosse realizada dentro do prédio
do ministério.
"O parecer é uma vitória, uma
conquista dos consumidores do
Brasil", declarou Pandolpho. Para
ele, as medidas propostas são "suficientes" para evitar a consolidação de um monopólio no mercado de cervejas.
A Kaiser é a quarta maior fabricante de cervejas do Brasil, atrás
de Skol, Antarctica e Brahma. A
empresa se opõe à criação da AmBev.
A Kaiser já havia entrado com
representação no Cade para impugnar a fusão. Além disso,
ameaçava apelar à Justiça comum
caso ela fosse aprovada.
Desde que a união entre Brahma e Antarctica começou a ser
analisada pelos órgãos de defesa
da concorrência, a Kaiser tem enviado ao governo estudos que dizem que a fusão traria prejuízos
aos consumidores.
Pandolpho disse que ainda pretende encaminhar Secretaria de
Defesa Econômica um novo estudo sobre a fusão, feito por uma
empresa de consultoria. Na semana passada, ele queria que o anúncio do parecer da Seae fosse adiado para que houvesse tempo para
a conclusão dessa pesquisa.
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