São Paulo, Sexta-feira, 12 de Novembro de 1999
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Parecer vai ser revisto, diz a AmBev

da Reportagem Local

A AmBev (Companhia de Bebidas das Américas) disse, ontem, que não aceita a sugestão de venda da marca Skol e dos ativos da companhia, uma das restrições propostas pela Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), do Ministério da Fazenda, para aprovar a associação entre a Antarctica e a Brahma.
Em comunicado oficial distribuído à imprensa, a empresa afirma acreditar que essa condição será revista pela SDE (Secretaria de Direito Econômico) e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) nas fases decisivas do processo.
Para a AmBev, a venda da marca Skol é uma atitude desnecessária para a manutenção da livre concorrência no mercado e prejudicial aos objetivos que levaram Brahma e Antarctica a se associarem. Segundo a nota, a venda da marca e dos ativos da Skol tornaria a AmBev menor do que a própria Brahma.
Além de não aceitar a venda da Skol, a AmBev questiona a qualidade técnica do parecer da Seae. Segundo a AmBev, o parecer recomendou a venda de duas unidades fabris -Londrina (PR) e Nova Lima (MG)- desativadas há mais de seis anos.
Em resposta a essa crítica da AmBev, o coordenador de Defesa da Concorrência da Seae, Paulo Corrêa, afirmou que, das quatro fábricas da Skol que a secretaria conhece, "pelo menos duas" estariam em funcionamento: a de Guarulhos (SP) e a do Gama (DF).
"As outras duas eu não tenho certeza se estão funcionando", disse Corrêa, na entrevista em que o relatório foi apresentado.
Corrêa afirmou que a AmBev deve vender "todos os ativos" do negócio de cervejas associados à marca Skol. Os ativos incluiriam as quatro fábricas e, se fosse o caso, outras unidades ainda desconhecidas da Seae que estivessem sendo utilizadas para a fabricação da cerveja Skol.
Confiante na aprovação final da fusão, a AmBev diz que o parecer da Seae é a primeira etapa das três análises que vêm sendo realizadas por órgãos do governo encarregados de avaliar aspectos concorrenciais e econômicos da associação entre as duas companhias. A AmBev, afirma o comunicado, tem "plena convicção" de que a decisão final sobre a associação será favorável e sem restrições.
A AmBev assegura que a fusão irá significar redução no preço da cerveja no país. Segundo a AmBev, os ganhos de eficiência resultantes da união de esforços das empresas serão repassados ao consumidor.
Segundo os dirigentes da AmBev, não há qualquer possibilidade de aumento de preços, inclusive nas regiões em que as marcas Brahma, Antarctica e Skol detenham a liderança de mercado.
Na documentação enviada tanto à Seae quanto à SDE e ao Cade, a empresa calcula redução de 14% nos custos como consequência de sinergias, um diferencial que permitiria a efetiva redução dos preços.


Colaborou a Sucursal de Brasília




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