UOL


São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONSUMO

Pesquisa do Procon-SP mostra disparidade no valor de eletrodomésticos

Diferença de preços chega a 62%

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa divulgada ontem pelo Procon-SP mostra que chega a 62,24% a diferença de preços cobrados por eletrodomésticos nas lojas da capital paulista. Essa variação foi verificada no fogão da Brastemp De Ville (ver quadro), com preços mínimo e máximo encontrados de R$ 429 e R$ 696, respectivamente.
Já a maior distância entre os valores absolutos de preços nas oito redes pesquisadas foi verificada no refrigerador de 350 litros da marca Brastemp, com preço máximo em R$ 1.306 e o mínimo em R$ 919 (à vista), uma distância de 42,1%. Com a diferença -R$ 387- é possível levar para casa um microondas da empresa Panasonic (20 litros).
Uma análise cuidadosa dos dados revela diferenças até maiores nos preços. No entanto, isso ocorre em produtos de alto valor agregado e procura limitada. É o caso do lava-louças da marca Bosch (modelo Intelligent) que custa de R$ 2.900 a R$ 3.500 (valores mínimo e máximo, respectivamente) nas oito lojas analisadas.
Com a diferença, cerca de R$ 600, é possível comprar um DVD e ainda embolsar um troco.
Os preços foram coletados nos dias 20 e 21 de outubro e podem ter sofrido alterações desde a realização da pesquisa.

Reajustes
Os preços dos eletrodomésticos subiram neste ano, assim como a demanda passou a crescer, de forma lenta, nos últimos dois meses. Os reajustes atingiram até 20% em 2003, segundo a Fipe.
O Procon identificou o nome das lojas que praticavam os preços mais elevados para cada mercadoria. Dos 67 produtos, a loja da Casas Bahia, localizada na avenida Aricanduva, zona leste de São Paulo, tinha o preço mais alto em 29 mercadorias, segundo a Folha apurou com base nos resultados do estudo.
A rede atua hoje com mais de 330 lojas no país e ficou conhecida no mercado pela célebre frase de seu dono, Samuel Klein, que disse anos atrás: "Compro por 100 e vendo por 200".
O ponto-de-venda da Arapuã, no bairro da Saúde, região sul da capital, ficou em segundo lugar, com 15 itens que registraram o valor máximo cobrado no comércio de São Paulo. A cadeia chegou a entrar em concordata em 1998 e conseguiu escapar da falência neste ano.
É preciso ressaltar que a análise do Procon não é feita em todas as lojas das redes. Os pontos são selecionados pelos técnicos e, com base nisso, determina-se quem tem os maiores e menores valores cobrados em cada item.
Como as lojas de varejo, dentro de uma mesma empresa, praticam preços diferentes entre si, é possível afirmar que Arapuã e Casas Bahia, por exemplo, poderiam não ter uma gama de itens com os preços mais elevados se outras lojas dos grupos fizessem parte do levantamento.
Quem define o preço ao consumidor é a loja, e não a indústria. As margens de lucro do comércio variam segundo a estratégia de vendas de cada rede. Há empresas que preferem ganhar no volume vendido e outras que optam por praticar preços mais elevados e, portanto, comercializar um volume menor de produtos.


Texto Anterior: Opinião econômica: Passando do limite
Próximo Texto: Luís Nassif: Quem manda é o gerente
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.