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CONSUMO
Pesquisa do Procon-SP mostra disparidade no valor de eletrodomésticos
Diferença de preços chega a 62%
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa divulgada ontem pelo
Procon-SP mostra que chega a
62,24% a diferença de preços cobrados por eletrodomésticos nas
lojas da capital paulista. Essa variação foi verificada no fogão da
Brastemp De Ville (ver quadro),
com preços mínimo e máximo
encontrados de R$ 429 e R$ 696,
respectivamente.
Já a maior distância entre os valores absolutos de preços nas oito
redes pesquisadas foi verificada
no refrigerador de 350 litros da
marca Brastemp, com preço máximo em R$ 1.306 e o mínimo em
R$ 919 (à vista), uma distância de
42,1%. Com a diferença -R$
387- é possível levar para casa
um microondas da empresa Panasonic (20 litros).
Uma análise cuidadosa dos dados revela diferenças até maiores
nos preços. No entanto, isso ocorre em produtos de alto valor agregado e procura limitada. É o caso
do lava-louças da marca Bosch
(modelo Intelligent) que custa de
R$ 2.900 a R$ 3.500 (valores mínimo e máximo, respectivamente)
nas oito lojas analisadas.
Com a diferença, cerca de R$
600, é possível comprar um DVD
e ainda embolsar um troco.
Os preços foram coletados nos
dias 20 e 21 de outubro e podem
ter sofrido alterações desde a realização da pesquisa.
Reajustes
Os preços dos eletrodomésticos
subiram neste ano, assim como a
demanda passou a crescer, de forma lenta, nos últimos dois meses.
Os reajustes atingiram até 20%
em 2003, segundo a Fipe.
O Procon identificou o nome
das lojas que praticavam os preços mais elevados para cada mercadoria. Dos 67 produtos, a loja
da Casas Bahia, localizada na avenida Aricanduva, zona leste de
São Paulo, tinha o preço mais alto
em 29 mercadorias, segundo a
Folha apurou com base nos resultados do estudo.
A rede atua hoje com mais de
330 lojas no país e ficou conhecida
no mercado pela célebre frase de
seu dono, Samuel Klein, que disse
anos atrás: "Compro por 100 e
vendo por 200".
O ponto-de-venda da Arapuã,
no bairro da Saúde, região sul da
capital, ficou em segundo lugar,
com 15 itens que registraram o valor máximo cobrado no comércio
de São Paulo. A cadeia chegou a
entrar em concordata em 1998 e
conseguiu escapar da falência
neste ano.
É preciso ressaltar que a análise
do Procon não é feita em todas as
lojas das redes. Os pontos são selecionados pelos técnicos e, com
base nisso, determina-se quem
tem os maiores e menores valores
cobrados em cada item.
Como as lojas de varejo, dentro
de uma mesma empresa, praticam preços diferentes entre si, é
possível afirmar que Arapuã e Casas Bahia, por exemplo, poderiam
não ter uma gama de itens com os
preços mais elevados se outras lojas dos grupos fizessem parte do
levantamento.
Quem define o preço ao consumidor é a loja, e não a indústria.
As margens de lucro do comércio
variam segundo a estratégia de
vendas de cada rede. Há empresas
que preferem ganhar no volume
vendido e outras que optam por
praticar preços mais elevados e,
portanto, comercializar um volume menor de produtos.
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