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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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CORRIDA

BM&F abre filial em Xangai

"Febre chinesa" atrai exportador brasileiro

RAYMOND COLITT
DO "FINANCIAL TIMES", EM SÃO PAULO

Durante o pico da colheita da safra de soja deste ano, 2.600 caminhões e 400 vagões ferroviários formavam uma fila a cada dia para entregar suas cargas em Paranaguá, um porto no sul do Brasil. Com a demanda chinesa distendendo a capacidade ao limite, o maior porto público de grãos do mundo planeja duplicar sua capacidade de processamento, para 100 mil toneladas diárias.
Paranaguá é o mais visível sintoma da "febre chinesa" que vem varrendo os setores de exportação brasileiros. As vendas, propelidas pelo minério de ferro e pela soja, estão crescendo cada vez mais, de cerca de US$ 1,08 bilhão em 2001 para US$ 2,52 bilhões no ano passado, e para US$ 4 bilhões nos dez primeiros meses deste ano.
Todo mundo quer embarcar nessa viagem à China. Seminários, missões comerciais e o intercâmbio cultural entre os dois países vêm florescendo. Os tradutores jamais tiveram tanto trabalho.
"Todos os exportadores brasileiros estão de olho na China", diz Manoel Cintra, presidente da BM&F (Bolsa de Mercados e Futuros), que esteve em Xangai na semana passada para preparar a abertura do escritório da instituição naquela cidade, a segunda presença da organização no exterior, depois de Nova York.
Cintra espera que a demanda dos exportadores chineses por hedge cambial e contra flutuações de preços nas commodities brasileiras gere um faturamento anual de entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão para a BM&F.

Estudos
A Câmara de Comércio Brasil-China, com 11 escritórios no Brasil e cinco na China, está conduzindo estudos de viabilidade sobre produtos de comércio bilateral, que incluem de laticínios a peças para veículos, passando por suco de laranja. Um mercado potencial com demanda cada vez maior é o de café solúvel, no momento atendido pela norte-americana Kraft e pela suíça Nestlé.
O grupo Cacique, do Paraná, lançou sua marca Café Pelé no mercado chinês, desafiando diretamente as duas multinacionais.


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