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CORRIDA
BM&F abre filial em Xangai
"Febre chinesa" atrai exportador brasileiro
RAYMOND COLITT
DO "FINANCIAL TIMES", EM SÃO PAULO
Durante o pico da colheita da
safra de soja deste ano, 2.600 caminhões e 400 vagões ferroviários
formavam uma fila a cada dia para entregar suas cargas em Paranaguá, um porto no sul do Brasil.
Com a demanda chinesa distendendo a capacidade ao limite, o
maior porto público de grãos do
mundo planeja duplicar sua capacidade de processamento, para
100 mil toneladas diárias.
Paranaguá é o mais visível sintoma da "febre chinesa" que vem
varrendo os setores de exportação
brasileiros. As vendas, propelidas
pelo minério de ferro e pela soja,
estão crescendo cada vez mais, de
cerca de US$ 1,08 bilhão em 2001
para US$ 2,52 bilhões no ano passado, e para US$ 4 bilhões nos dez
primeiros meses deste ano.
Todo mundo quer embarcar
nessa viagem à China. Seminários, missões comerciais e o intercâmbio cultural entre os dois países vêm florescendo. Os tradutores jamais tiveram tanto trabalho.
"Todos os exportadores brasileiros estão de olho na China", diz
Manoel Cintra, presidente da
BM&F (Bolsa de Mercados e Futuros), que esteve em Xangai na
semana passada para preparar a
abertura do escritório da instituição naquela cidade, a segunda
presença da organização no exterior, depois de Nova York.
Cintra espera que a demanda
dos exportadores chineses por
hedge cambial e contra flutuações
de preços nas commodities brasileiras gere um faturamento anual
de entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão para a BM&F.
Estudos
A Câmara de Comércio Brasil-China, com 11 escritórios no Brasil e cinco na China, está conduzindo estudos de viabilidade sobre produtos de comércio bilateral, que incluem de laticínios a peças para veículos, passando por
suco de laranja. Um mercado potencial com demanda cada vez
maior é o de café solúvel, no momento atendido pela norte-americana Kraft e pela suíça Nestlé.
O grupo Cacique, do Paraná,
lançou sua marca Café Pelé no
mercado chinês, desafiando diretamente as duas multinacionais.
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