DA REDAÇÃO

A mineradora canadense Canico concordou em ser comprada pela Companhia Vale do Rio Doce ontem, depois que a empresa brasileira aumentou sua oferta para 940 milhões de dólares canadenses (R$ 2,42 bilhões).
A Vale havia aumentado a oferta em 19%, de 17,50 dólares canadenses por ação para 20,80 dólares canadenses por ação. O conselho da Canico havia aconselhado os acionistas da empresa a não aceitarem a primeira oferta da Vale, ao dizer que a proposta era "inadequada".
O presidente da Vale, Roger Agnelli, por sua vez, vinha insistindo nos últimos dois meses que a oferta inicial era justa e que a empresa não aumentaria sua proposta.
Agora, o conselho da Canico recomendou aos acionistas que aceitem a oferta. O preço por ação proposto pela Vale é 53% maior que a média de preço dos papéis da Canico nos 30 dias anteriores a 15 de setembro, quando foi feita a primeira oferta.
A Vale também fechou ontem com a Canico um acordo sob o qual a mineradora brasileira tem o direito de aumentar sua oferta caso outra empresa faça uma maior pela canadense. Além disso, a Canico terá que pagar multa de US$ 33 milhões se o negócio não for completado.
"A maioria das pessoas é a favor. Nós esperamos que o negócio com a Vale seja completado", disse Paul Sweeney, diretor financeiro da Canico.
O presidente da Canico, Michael Kenyon, disse que a empresa avaliou outras propostas antes de escolher a Vale. "Acho que a Vale é uma empresa esperta que reconheceu o valor do projeto", afirmou Kenyon.
"Os executivos e o conselho da Canico estão comprometidos com a oferta da Vale. Se nossa oferta tiver sucesso, nós poderemos acelerar o projeto Onça Puma, consolidando a posição da Vale como uma produtora importante de níquel", disse Agnelli, da Vale.
A Vale está interessada no projeto Onça Puma da Canico no Pará como parte do projeto da empresa de diversificar sua produção para cobre e níquel. A mineradora brasileira pretende investir US$ 1,1 bilhão no projeto até 2009 se o negócio com a Canico for completado.