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Mercado Aberto
@ - Guilherme Barros
"Ajuste não precisa de cortes", diz Delfim
Um dos nomes cotados para
uma vaga de ministro no segundo mandato de Lula, o deputado Delfim Netto (PMDB-SP) acredita que o governo tem
todas as condições de elaborar
um plano factível de controle
das despesas sem a necessidade
de promover cortes.
Para ele, se o governo conseguir apresentar um plano convincente, o país terá todas as
condições de crescer 5% em
2007. "Se for um programa crível, que consiga cooptar o setor
privado, o país terá combustível para um forte crescimento
no ano que vem",diz Delfim.
Nas últimas semanas, a equipe econômica do governo vem
elaborando um plano econômico que consiga elevar a taxa de
crescimento do PIB e, ao mesmo tempo, não comprometa as
promessas de campanha de Lula. Sem poder cortar as despesas, o governo aposta suas fichas no crescimento da economia, apesar dos números acanhados de 2005 e 2006.
Delfim acha viável o governo
apresentar um plano que não
exija cortes de gastos, seja em
saúde, educação ou mesmo na
Previdência. O fundamental é
congelar as despesas e exigir
um pequeno aumento de produtividade. Não precisa ser um
grande aumento. Algo como
1,5%, semelhante ao crescimento da população, já seria
suficiente.
"Agora, para isso, o médico
vai precisar dar três consultas
em vez de duas, e os professores, duas aulas e meia em vez de
duas", diz Delfim. "Um programa de corte de despesas é conversa para boi dormir."
O grande problema é que é
muito difícil para este ou qualquer governo adotar um plano
que promova um corte dramático de despesas ou a perda de
direitos já conquistados. "Não
há programa que funcione que
faça um corte radical de gastos
ou que retire o direito de alguém", diz Delfim.
Todos, na sua opinião, precisam continuar a receber os benefícios conquistados nos últimos anos, o que não significa,
para Delfim, que não se discuta
as reformas estruturais, a começar pela trabalhista.
Otimista, Delfim diz que Lula
está consciente disso e fará tudo para encerrar o seu segundo
mandato como um dos maiores
estadistas da história do país.
As maiores dificuldades, segundo Delfim, são de ordem política. "O Brasil está ameaçado por
um único medo. O medo da
oposição de que Lula se transforme em um estadista. E ele
tem todas as chances para isso", afirma.
Sobre a possibilidade de
exercer um cargo no primeiro
escalão do governo, Delfim diz
que tudo não passa de especulação. Até porque, segundo ele,
Lula ainda não deve ter definido nenhum nome nem discutido essa questão com seus auxiliares. "No momento que ele
define um nome, o atual vai estar morto e o governo só termina no dia 31 de dezembro", diz
Delfim.
Frase
"Um programa de corte de despesas é
conversa para boi dormir"
DELFIM NETTO
deputado federal (PMDB-SP)
DEIXA O HOMEM COZINHAR
Na campanha presidencial, muito se falou de privatização, de
corte de gastos e da origem do dinheiro para pagar o dossiê, mas
ninguém se lembrou da gastronomia. Na semana passada, quatro
chefs se reuniram em São Paulo, em um casarão construído no início do século 20 para abrigar uma família da elite industrial paulistana da época. Motivo do encontro: uma campanha publicitária de
cartões de crédito da Visa. Nesse ambiente, os cozinheiros falaram
da economia e deram dicas para o segundo mandato de Lula. Todos se mostraram satisfeitos com a reduzida inflação, mas concordam que ainda há muito que se fazer. Para o francês Bassoleil, que
vive aqui há 19 anos, a economia brasileira tem sido "um aprendizado". Investir em hotelaria, segundo ele, daria impulso ao seu setor. Sérgio Arno diz que, atualmente, para crescer, os restaurantes
precisam adotar medidas para baixar custos. Jun Sakamoto, especialista em sushis, vai longe na crítica aos escândalos. Sugere que
Lula "abra o olho" e diz que o Brasil não puniu a corrupção na urna. À moda do presidente, Alex Atala usou metáforas de futebol.
"Ele precisa jogar para a torcida, para a cativa e para a arquibancada." Sua dica é investir no pequeno produtor. "No ateliê de cozinha, precisamos de itens produzidos em pequena escala."
CONSUMO
Quem dita tendências de consumo nem sempre são as pessoas de alta renda, segundo pesquisa da TNS-InterScience com
500 consumidores de São Paulo, que será divulgada nesta semana. Ela aponta que os "consumidores do futuro" -que adotam novidade e influenciam- possuem renda e idade semelhante aos outros. O que determina esse perfil é o grau de envolvimento com o produto, ou seja, a freqüência de compra e o nível de informação do comprador (veja quadro acima).
CONSUMO
Quem dita tendências de consumo nem sempre são as
pessoas de alta renda, segundo pesquisa da TNS-InterScience com 500 consumidores de São Paulo, que será divulgada nesta semana. Ela aponta que os "consumidores
do futuro" -que adotam novidade e inflenciam- possuem renda e idade semelhante aos outros. O que determina esse perfil é o grau de envolvimento com o produto.
NOVO CARGO
Como parte do seu reposicionamento no mercado em
2007, o banco BVA contratou o executivo Ivo Lodo.
Ele passou pelos bancos
J.Safra e Safra e por consultorias a grandes instituições.
Lodo foi nomeado como
principal executivo do BVA.
TREINAMENTO
A Sistematic Inventive
Thinking, consultoria de
inovação européia, vem ao
Brasil para o workshop e o
programa de treinamento
Beyond Brainstorming da
ESPM, entre os dias 21 e 23.
CONSIGNADO
Milto Bardini, presidente
da ABBC (associação de
bancos comerciais), pleiteou
ao Ministério da Previdência e ao Banco Central o
acesso dos aposentados ao
crédito consignado. A idéia é
que os aposentados usem o
cartão benefício, utilizado
para sacar normalmente os
benefícios do INSS como
veículo para obter o crédito
consignado. Os empréstimos poderiam ser retirados
em ATMs (terminais de
atendimento) ou em casas
lotéricas. No Brasil, 65% dos
aposentados não dispõem
de conta bancária.
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