São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Outro lado

Ibama ainda não aprovou projeto, afirma diretor

DA REPORTAGEM LOCAL

O estudo de impacto ambiental do projeto das usinas no rio Madeira já foi recebido e considerado válido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), mas isso não significa que a obra tenha sido aprovada pelo órgão federal.
Autoridades do governo ainda não receberam os estudos encomendados pelo Ministério Público de Rondônia, mas afirmam que os questionamentos levantados estão sendo avaliados.
"Essas são perguntas a que responderemos ao final do processo", disse à Folha Luiz Felipe Kunz Júnior, diretor de licenciamento ambiental do Ibama. "Toda ação do Ibama é baseada no parecer da sua equipe técnica, que ainda não foi dado." Segundo Kunz, um eventual pedido de revisão do estudo de impacto ambiental elaborado pelas empresas Furnas e Odebrecht, autoras do projeto, não é impossível, mas só se saberá isso em janeiro.
"É evidente que ninguém vai autorizar uma hidrelétrica que tenha, comprovadamente, impactos em outro país sem que haja antes um acordo internacional", diz. "Mas não existe ainda um posicionamento nem uma certeza sobre se haverá ou não impactos na Bolívia. Isso até agora não está demonstrado cabalmente."
Entrevistado pela Folha anteontem, Kunz ainda não tinha recebido cópias dos estudos encomendados pelo Ministério Público de Rondônia, mas minimizou a importância dos trabalhos. "O estudo [encomendado a pedido] do Ministério Público não é um documento oficial do processo."
Segundo o diretor do Ibama, o órgão ainda vai analisar os papéis. "Mas não tenho como antever nem sequer se a nossa equipe técnica vai considerar esses estudos como documentos de complementação."
Sob crítica do Ministério Público de Rondônia, Kunz nega que o Ibama esteja querendo trabalhar de maneira fechada para pressionar uma decisão em favor das usinas. "As conclusões a que nós podemos chegar são várias", diz. "Podemos chegar à conclusão de que uma usina é viável e a outra precisa de complementação, por exemplo, ou podemos chegar à conclusão de que nenhuma das duas precisa de complementação." (RG)


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