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Outro lado
Ibama ainda não aprovou projeto, afirma diretor
DA REPORTAGEM LOCAL
O estudo de impacto ambiental do projeto das usinas
no rio Madeira já foi recebido e considerado válido pelo
Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), mas isso não significa
que a obra tenha sido aprovada pelo órgão federal.
Autoridades do governo
ainda não receberam os estudos encomendados pelo
Ministério Público de Rondônia, mas afirmam que os
questionamentos levantados
estão sendo avaliados.
"Essas são perguntas a que
responderemos ao final do
processo", disse à Folha Luiz
Felipe Kunz Júnior, diretor
de licenciamento ambiental
do Ibama. "Toda ação do
Ibama é baseada no parecer
da sua equipe técnica, que
ainda não foi dado." Segundo
Kunz, um eventual pedido
de revisão do estudo de impacto ambiental elaborado
pelas empresas Furnas e
Odebrecht, autoras do projeto, não é impossível, mas só
se saberá isso em janeiro.
"É evidente que ninguém
vai autorizar uma hidrelétrica que tenha, comprovadamente, impactos em outro
país sem que haja antes um
acordo internacional", diz.
"Mas não existe ainda um
posicionamento nem uma
certeza sobre se haverá ou
não impactos na Bolívia. Isso
até agora não está demonstrado cabalmente."
Entrevistado pela Folha
anteontem, Kunz ainda não
tinha recebido cópias dos estudos encomendados pelo
Ministério Público de Rondônia, mas minimizou a importância dos trabalhos. "O
estudo [encomendado a pedido] do Ministério Público
não é um documento oficial
do processo."
Segundo o diretor do Ibama, o órgão ainda vai analisar os papéis. "Mas não tenho como antever nem sequer se a nossa equipe técnica vai considerar esses estudos como documentos de
complementação."
Sob crítica do Ministério
Público de Rondônia, Kunz
nega que o Ibama esteja querendo trabalhar de maneira
fechada para pressionar uma
decisão em favor das usinas.
"As conclusões a que nós podemos chegar são várias",
diz. "Podemos chegar à conclusão de que uma usina é
viável e a outra precisa de
complementação, por exemplo, ou podemos chegar à
conclusão de que nenhuma
das duas precisa de complementação."
(RG)
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