São Paulo, quinta, 12 de novembro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

Juros entre bancos caem de 42% para 36%

da Reportagem Local

Os juros do over, o mercado por um dia, despencaram nos negócios entre bancos, de 41,70% ao ano, anteontem, para 36,30%.
É que os investidores apostavam que o Copom, o Comitê de Política Monetária, iria reduzir o teto dos juros do over, a Tban, de 49,75% ao ano para cerca de 40% a 43%. O Copom só divulga as novas taxas de juros após o fechamento do mercado.
Mas a decisão do Copom é apenas formal, avaliam os analistas. A atuação da mesa do Banco Central no over hoje é que vai determinar qual a política de juros a ser adotada: uma queda brusca ou gradual.
O Banco Central, segundo avaliação da maior parte do mercado, atuaria hoje no over tomando dinheiro a 35%. Havia os que apostavam em 37%. Ontem, o BC tomou dinheiro a 42,75% no over.
Os negócios entre bancos no over são feitos com cheque administrativo. Por isso, o pagamento é no dia seguinte. Assim, os bancos se anteciparam ao corte nos juros e reduziram as taxas dos seus papéis para 36,30% ao ano ontem.
"Estamos em uma democracia. O governo pode usar os juros como moeda de troca com o Congresso. Pode cortar as taxas a cada vez que o Congresso votar medidas a seu favor", diz Mário Bello, do Lloyds Asset Management.
O governo brasileiro subiu os juros, em setembro, para tornar os investimentos em reais mais atrativos e segurar os dólares no país após a crise de credibilidade com a moratória russa, em agosto.
Neste mês, o mercado de câmbio se acalmou. Ontem, até as 19h30, o fluxo estava negativo em US$ 50 milhões. Com o resultado, o fluxo acumulado no mês era negativo em US$ 43 milhões.
Os rumores de que o Deutsche teria entrado com um volume de US$ 300 milhões no país não se confirmaram até as 19h30. O mercado de câmbio fecha às 21h30.
A Bolsa de Valores de São Paulo caiu ontem, 2,96%, com os investidores voltando suas atenções para as dificuldade do governo brasileiro em aprovar o aumento da CPMF no Congresso.
O mercado de ações brasileiro chegou a subir 2,84% quando a Bolsa de Nova York, que terminou em queda de 0,45%, também subia. O volume negociado na Bolsa paulista, de R$ 611,58 milhões, ficou bem acima da média do mês passado, de R$ 387 milhões.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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