São Paulo, quinta, 12 de novembro de 1998

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ÁSIA
Redução poderá atingir US$ 50 bi; novo programa de estímulo fiscal será anunciado na próxima segunda- feira
Plano japonês deve incluir corte de impostos

MARCIO AITH
de Tóquio

O comitê fiscal do partido governista japonês (Partido Liberal-Democrata) decidiu ontem que irá sugerir a inclusão de cortes generalizados de impostos num novo pacote de estímulo fiscal que será anunciado nesta segunda-feira.
O partido vai propor a redução do imposto de renda das pessoas físicas e jurídicas e dos tributos sobre propriedade, num valor que poderá atingir US$ 50 bilhões. O plano detalhado será anunciado hoje.
Embora o anúncio de cortes de impostos e de planos econômicos tenha perdido grande parte de sua importância no último ano no Japão, sugestões do comitê são relevantes. Elas quase sempre são incorporadas, literalmente, nos textos dos planos econômicos dos primeiros-ministros do PLD.
Dessa vez, o anúncio estimulou a Bolsa de Tóquio, que valorizou-se 2,3%, e o iene, que fechou em alta de 1,31%, cotado a 121,25 por dólar norte-americano.
Em Nova York, o dólar chegou a ser negociado a 121,68 ienes, contra 122,07 do dia anterior. Antes da alta de ontem, o iene vinha caindo em relação ao dólar por seis dias consecutivos.
Outra razão para a alta dos mercados no Japão foram rumores de que todos os mais importantes bancos japoneses iriam pedir dinheiro do governo para fortalecer suas bases de capital.
Apesar da alta de ontem, o verdadeiro interesse do mercado é que o governo reduza de 5% para 3% o imposto sobre o consumo. O imposto era de 3% até abril de 1997, quando Ryutaro Hashimoto, antecessor do atual primeiro-ministro, Keizo Obuchi, aumentou sua alíquota para reduzir o déficit fiscal japonês, o maior entre os países do G-7 (os sete países mais ricos do mundo).
Isso não ocorreu. O PLD está dividido com relação a essa questão. Yuji Tsushima, diretor do comitê fiscal do partido, disse que a redução do imposto sobre o consumo não chegou a ser discutida.
Enquanto seu partido discute o pacote fiscal de segunda-feira, o premiê Obuchi viajou ontem para a Rússia.
O único estímulo fiscal já decidido é a polêmica distribuição de 35 milhões de vales-compra para as pessoas com mais de 65 anos e com menos de 15 anos. Cada vale terá o valor de US$ 165 e poderá ser trocado por mercadorias nas lojas. A distribuição será iniciada em janeiro.



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