São Paulo, quinta, 12 de novembro de 1998

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Indústria paulista fecha 9.287 postos de trabalho em outubro

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local

A indústria paulista fechou 9.287 vagas no mês passado e já eliminou, desde o início do ano, 102.791 postos de trabalho.
O número de vagas fechadas entre janeiro e outubro, que representa a diferença entre contratações e demissões nas fábricas, é cerca de 32% superior ao total de vagas fechadas pela indústria paulista no mesmo período de 97, segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Os dados divulgados ontem mostram que, somente na última semana de outubro, foram fechados cerca de 5.700 postos de trabalho -mais da metade do número total do mês.
Na avaliação da diretora da Fiesp, Clarice Seibel, essa concentração de demissões na última semana do mês pode ser um reflexo da expectativa com o pacote fiscal anunciado pelo governo.
Os empresários, segundo a dirigente, estariam esperando o anúncio do governo para então demitir.
A avaliação da Fiesp é que, se não houver uma redução drástica das taxas de juros, o nível de emprego poderá cair ainda mais até o final do ano, repetindo o comportamento de 97 após a crise asiática.

Desemprego
A indústria paulista não acredita que a suspensão temporária do contrato de trabalho, uma das medidas anunciadas pelo governo para tentar conter o desemprego, será suficiente para evitar demissões em época de retração na produção.
A suspensão temporária do contrato de trabalho pode durar de três a cinco meses e deve ser utilizada pelas empresas quando houver retração da demanda.
Nesse período, o trabalhador receberia um auxílio no valor do seguro-desemprego e passaria por cursos de qualificação profissional. Após o fim da suspensão, o funcionário volta a desempenhar suas funções. Se a empresa optar pela demissão, arcará com multa.
Segundo Clarice Seibel, da Fiesp, cinco meses é um período insuficiente para ocorrer um reaquecimento da economia e as empresas não vão adotar a suspensão para depois ter que pagar a multa.
O governo definiu um patamar mínimo para a penalidade, que é de um salário do trabalhador.

Demissões
A IBM do Brasil divulgou anteontem comunicado a seus funcionários informando que irá redimensionar sua estrutura no país.
Segundo a empresa, essa reestruturação significará a demissão de 700 funcionários até o final de janeiro do próximo ano.
A empresa e sua subsidiária empregam 5.200 pessoas.
A IBM do Brasil afirma que, após os cortes, vai contratar mais 400 funcionários com qualificações diferentes dos demitidos.



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