São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 2000

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SIDERURGIA

A cota da siderúrgica será vendida por US$ 362 milhões para as duas outras sócias-controladoras, a AES e a EDF

CSN irá vender sua participação na Light

DA SUCURSAL DO RIO

A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) anunciou ontem já ter firmado um contrato de venda para se desfazer da sua participação na Light, a companhia de eletricidade que atende à maior parte da cidade do Rio de Janeiro, privatizada em 1996.
A cota da Companhia Siderúrgica Nacional na Light, que equivale a 9,2% do capital total (ou cerca de 1,3 bilhão de ações ordinárias), será vendida por US$ 362 milhões para as duas outras sócias-controladoras da empresa de eletricidade da cidade do Rio de Janeiro, a norte-americana AES e a francesa EDF (Életricité de France).
As ações da Light que pertencem à siderúrgica ficarão assim distribuídas: a EDF, acionista majoritária, que já tem quase 58% do capital total da empresa (28% no grupo de controle), levará 901.181.132 ações, equivalentes a 70% do que está à venda (6,42% do capital), e a AES comprará as 30% restantes, acrescentando à sua participação na Light 2,75% do capital social total.

Estratégia
A diretora-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Maria Sílvia Bastos Marques, explicou, no comunicado distribuído ao mercado ontem, que "essa operação reflete a decisão da CSN de focar suas atividades no seu principal negócio, a siderurgia, como já amplamente divulgado ao mercado, desfazendo-se de participações que não mais agreguem valor estratégico à companhia".

Aneel
A expectativa da Companhia Siderúrgica Nacional é que a venda de sua participação na Light esteja concluída até o final do primeiro trimestre do ano que vem, mas a própria empresa informou que o processo depende da aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
No comunicado, Maria Sílvia Bastos Marques afirmou ainda que hoje "a CSN é uma empresa totalmente auto-suficiente em energia elétrica".
Maria Sílvia justificou a afirmação citando as inaugurações da usina de co-geração termelétrica em Volta Redonda e das usinas hidrelétricas de Itá e Igarapava, onde os investimentos garantem à siderúrgica o fornecimento de parte da energia gerada, o que torna desnecessária a energia da Light.
Procurada pela Folha, a EDF informou que não havia nenhum executivo disponível para comentar a compra da participação da CSN.
A AES não retornou o pedido de entrevista até o fechamento desta edição.
A CSN é o que se chama de "uma siderúrgica integrada", com participações tanto em minas como em portos e ferrovias.
A companhia também está envolvida numa outra operação de descruzamento de participações, que envolve a Vale do Rio Doce, e que resultará na sua saída do controle da mineradora.


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