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SALTO NO ESCURO
Presidente diz que novo modelo abre horizonte para país crescer
"Apagão é página virada", diz Lula
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse ontem, depois de assinar as medidas do setor elétrico,
que "o novo modelo protege o cidadão, incentiva as empresas do
setor elétrico a fazer mais investimentos, fortalece as instituições
do setor e abre horizontes para
que o país cresça, tenha mais empregos e faça uma justa distribuição de renda".
Segundo ele, "é bom e necessário que o país tenha fartura de
energia, mas é preciso também
que o povo possa pagar a tarifa e
as indústrias não percam competitividade devido ao custo da eletricidade".
Lula disse que o lançamento do
novo modelo era um momento
histórico e que o racionamento e
os apagões eram uma "página virada" da história do país, numa
crítica ao governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Ele mencionou os apagões como se tivessem acontecido. Na
verdade, havia um risco, que foi
evitado pelo racionamento imposto por FHC entre junho de
2001 e fevereiro de 2002. Os apagões que ocorreram em algumas
regiões do país se deveram a acidentes, não à incapacidade de gerar energia.
"Os apagões e o racionamento
de energia, que causaram graves
consequências para o consumidor, para a situação financeira das
empresas e para o desenvolvimento econômico do Brasil, são
agora uma página virada da nossa
história", disse Lula.
Planejamento
O novo modelo, segundo o presidente, garante, em primeiro lugar, que tudo vai ser feito, de agora em diante, de forma "muito
bem planejada", porque "o Brasil
não comporta mais sobressaltos,
sobretudo em um setor como esse
[de energia]". Lula disse esperar
que o Congresso aprove o novo
modelo o mais rápido possível.
O presidente afirmou que, no
passado, muitas hidrelétricas foram anunciadas sem que houvesse licença ambiental para a obra.
"Quero ressaltar que o novo
modelo exige que os novos projetos hidrelétricos sejam oferecidos
a licitação com estudo de viabilidade técnico-econômica e licença
prévia ambiental concedida. Muitas vezes se anunciou investimento, se apresentou projeto, só que
tinham esquecido de avisar aos
companheiros que não havia licença para que a obra fosse realizada", afirmou.
"O novo modelo estabelece ainda que será assegurado um contrato de compra de energia aos
vencedores dos processos de licitação, para atender a expansão do
mercado de compra das distribuidoras. Mais do que isso, respeita
contratos, estimula investimentos
privados e também garante que
tenhamos, além de segurança no
fornecimento de energia, o máximo de eficiência com as tarifas
mais baixas possíveis", disse Lula.
Confiança O ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda) afirmou que as regras
do setor elétrico estão entre as
mais importantes para a economia do país. Disse que dedicou de
50 a 60 horas do seu tempo para
ajudar a ministra Dilma Rousseff
(Minas e Energia) a construir o
modelo.
"Estou muito confiante, porque
o resultado do trabalho me parece
consistente e representativo, porque todos os segmentos públicos
e privados foram ouvidos", disse
o ministro, que participou da solenidade de apresentação das medidas, ontem, no Palácio do Planalto.
No passado, segundo Palocci, a
questão da energia elétrica foi um
"gargalo importantíssimo e uma
dificuldade fundamental para que
o Brasil pudesse trilhar um caminho longo de desenvolvimento
sustentável".
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