|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMUNICAÇÕES
Telemar, Brasil Telecom e Telefônica concorrem com mexicana Telmex e fundo de pensão Telos pela aquisição
Pool de teles entrega oferta pela Embratel
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
As três maiores concessionárias
do serviço de telefonia fixa local
do país, Telemar, Brasil Telecom e
Telefônica, se juntaram para
comprar o controle acionário da
Embratel, que domina os mercados de telefonia de longa distância
e de transmissão de dados.
Confirmando as expectativas
do mercado de telecomunicações,
as três entregaram proposta conjunta ontem, em Nova York, ao
banco Lazard LLC and Weil, que
coordena a operação de venda para o grupo americano MCI, atual
controlador da Embratel.
O fundo de pensão Telos, dos
empregados da Embratel, disse,
por meio de sua assessoria, que
também apresentou proposta.
O terceiro candidato é a companhia telefônica mexicana Telmex,
do megaempresário Carlos Slim,
tida como forte concorrente.
Ele já investiu cerca de US$ 6 bilhões no Brasil -na compra das
empresas de telefonia celular do
sistema Claro- e tem cerca de
US$ 400 milhões em títulos da dívida da MCI.
A participação da Telmex foi
confirmada à Folha pelo ministro
das Comunicações, Miro Teixeira, que afirmou ter sido informado do fato, ontem, pelo presidente
da Embratel, Jorge Rodriguez.
O presidente do conselho de
Administração da Telemar, Otávio Azevedo, disse que as teles entraram na disputa como partes de
um grupo que teria outros investidores. A composição desse grupo e o valor da proposta feita ao
Lazard são mantidos em segredo.
A proposta foi entregue por representantes dos acionistas das
teles enviados a Nova York para o
encontro com o diretor do Lazard Larry Grafitten.
Antes da reunião, por volta das 12h (de Brasília), o próprio Azevedo ligou para Miro para informá-lo dos fatos. O ministro, segundo ele, desejou "boa sorte".
Há controvérsias sobre a existência de condições legais para
que a Embratel (que tem concessão pública para longa distância)
seja absorvida pelas concessionárias de telefonia local. As quatro
empresas em questão fizeram parte do sistema estatal Telebrás,
privatizado em julho de 1998.
Para o ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros do Nascimento, a resolução 101 da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) impediria a aquisição.
As empresas, por sua vez, sustentam que o artigo 202 da Lei Geral de Telecomunicações prevê tal
possibilidade, desde que não
comprometa a competição no
mercado nem o cumprimento
das obrigações previstas no contrato de concessão da Embratel.
Em nota, a Telefônica afirmou
estar convencida de que a forma
apresentada pelas três atende às
exigências da regulamentação.
O ministro Miro Teixeira disse
que a questão legal será examinada pela Anatel no momento em
que a MCI submeter as propostas
à aprovação do governo.
Condições gerais
As propostas entregues ontem
contêm apenas uma indicação de
preço e, segundo Azevedo, não
implicam compromisso do comprador -nem do vendedor.
Além de uma proposta indicativa de preço, o Lazard pediu aos
candidatos que informassem a
composição do grupo comprador, pois o governo brasileiro vai
exigir a identificação de todos os
sócios, mesmo os que estejam registrados em paraísos fiscais.
Os candidatos tiveram que demonstrar também que estão em
sintonia com a legislação de telecomunicações brasileira e com a
regulamentação da Anatel.
Texto Anterior: Liberalização: Livre comércio pode prejudicar os pobres, diz Nobel Próximo Texto: Panorâmica - Investimentos: Fundos registram captação de R$ 54,6 bilhões no ano Índice
|