São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Após decisão, Bolsa de SP vira e encerra dia em queda de 1,43%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Fed (o banco central dos EUA) não agradou aos investidores. Logo após o anúncio do corte de 0,25 ponto na taxa americana, para 4,25%, as Bolsas passaram a operar no vermelho. A Bovespa, que chegou a subir 1,53%, terminou o dia em queda de 1,43%.
A Bolsa de Nova York encerrou seu pregão com o índice Dow Jones, que agrupa as ações de maior liquidez, em baixa de 2,14%. A Nasdaq recuo 2,45%.
Até o início das operações, a maioria do mercado estava posicionada à espera de um corte de 0,25 ponto, como de fato ocorreu. Mas o otimismo cresceu hora a hora e, pouco antes do anúncio da decisão, o mercado futuro de juros americano apontava que metade dos investidores já estava posicionada por um corte de 0,50 ponto, segundos operadores.
"O mercado logo mostrou o desapontamento com o resultado da reunião, e as Bolsas passaram a cair. A nota divulgada pelo Fed após a reunião também não colaborou, pois apresentou um tom neutro, não deixando grandes evidências de que haverá novo corte no próximo encontro", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Os mercados acionários europeu e asiático fecharam antes do término do encontro do Fed e conseguiram encerrar com ganhos ou perdas moderadas. Assim, hoje a tendência é abrirem em queda mais forte.
A Bolsa de Londres recuou 0,43%, e a de Frankfurt caiu 0,30%. Já a Bolsa de Madri subiu 0,37%, e a de Tóquio teve valorização de 0,76%.
No mercado de câmbio brasileiro, que também havia encerrado suas operações quando a decisão do Fed foi conhecida, o dólar caiu 0,62%, para R$ 1,757.
O que analistas passam a discutir agora são as chances de o Fed prosseguir com o processo de corte da taxa americana. A próxima reunião do Fed está marcada apenas para os dias 29 e 30 de janeiro de 2008.
"Ainda há espaço para mais cortes na taxa básica americana. O mercado de crédito ainda não se recuperou e necessita continuar sendo estimulado. No mercado futuro, as operações demonstram a expectativa de que haverá nova redução de 0,25 ponto na próxima reunião", disse Alex Agostini, economista da Austin Rating.
A crise do setor de crédito imobiliário de alto risco nos EUA se aprofundou e começou a abalar o mercado mundial em meados de julho. Inadimplência e depreciação nos ativos atrelados a papéis do setor imobiliário já trouxeram perdas superiores a US$ 60 bilhões aos grandes bancos internacionais.
Retomar o processo de corte na taxa de juros de referência foi uma das medidas tomadas nos EUA para minimizar os efeitos nocivos da crise, como a escassez de crédito, elevação das taxas de mercado e inadimplência das hipotecas. Desde setembro, os juros americanos caíram de 5,25% para 4,25%.

Ações em queda
Com a virada pessimista do mercado, poucas ações foram poupadas na Bovespa ontem.
As ações da Eletrobrás tiveram mais um dia ruim, com queda de 4,11% para o papel ON e de 4,24% para o PNB. O deságio de 35% no leilão da hidrelétrica de Santo Antônio (Furnas, subsidiária da Eletrobrás, faz parte do consórcio vencedor) não agradou ao mercado.
A maior baixa do dia ficou com as ações ON das Lojas Renner, que recuaram 9,09%, com os investidores temendo resultados mais fracos que o esperado no 4º trimestre.


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