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Após decisão, Bolsa de SP vira e encerra dia em queda de 1,43%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Fed (o banco
central dos EUA) não agradou
aos investidores. Logo após o
anúncio do corte de 0,25 ponto
na taxa americana, para 4,25%,
as Bolsas passaram a operar no
vermelho. A Bovespa, que chegou a subir 1,53%, terminou o
dia em queda de 1,43%.
A Bolsa de Nova York encerrou seu pregão com o índice
Dow Jones, que agrupa as ações
de maior liquidez, em baixa de
2,14%. A Nasdaq recuo 2,45%.
Até o início das operações, a
maioria do mercado estava posicionada à espera de um corte
de 0,25 ponto, como de fato
ocorreu. Mas o otimismo cresceu hora a hora e, pouco antes
do anúncio da decisão, o mercado futuro de juros americano
apontava que metade dos investidores já estava posicionada por um corte de 0,50 ponto,
segundos operadores.
"O mercado logo mostrou o
desapontamento com o resultado da reunião, e as Bolsas
passaram a cair. A nota divulgada pelo Fed após a reunião também não colaborou, pois apresentou um tom neutro, não deixando grandes evidências de
que haverá novo corte no próximo encontro", diz Newton
Rosa, economista-chefe da Sul
América Investimentos.
Os mercados acionários europeu e asiático fecharam antes
do término do encontro do Fed
e conseguiram encerrar com
ganhos ou perdas moderadas.
Assim, hoje a tendência é abrirem em queda mais forte.
A Bolsa de Londres recuou
0,43%, e a de Frankfurt caiu
0,30%. Já a Bolsa de Madri subiu 0,37%, e a de Tóquio teve
valorização de 0,76%.
No mercado de câmbio brasileiro, que também havia encerrado suas operações quando a
decisão do Fed foi conhecida, o
dólar caiu 0,62%, para R$ 1,757.
O que analistas passam a discutir agora são as chances de o
Fed prosseguir com o processo
de corte da taxa americana. A
próxima reunião do Fed está
marcada apenas para os dias 29
e 30 de janeiro de 2008.
"Ainda há espaço para mais
cortes na taxa básica americana. O mercado de crédito ainda
não se recuperou e necessita
continuar sendo estimulado.
No mercado futuro, as operações demonstram a expectativa
de que haverá nova redução de
0,25 ponto na próxima reunião", disse Alex Agostini, economista da Austin Rating.
A crise do setor de crédito
imobiliário de alto risco nos
EUA se aprofundou e começou
a abalar o mercado mundial em
meados de julho. Inadimplência e depreciação nos ativos
atrelados a papéis do setor imobiliário já trouxeram perdas superiores a US$ 60 bilhões aos
grandes bancos internacionais.
Retomar o processo de corte
na taxa de juros de referência
foi uma das medidas tomadas
nos EUA para minimizar os
efeitos nocivos da crise, como a
escassez de crédito, elevação
das taxas de mercado e inadimplência das hipotecas. Desde
setembro, os juros americanos
caíram de 5,25% para 4,25%.
Ações em queda
Com a virada pessimista do
mercado, poucas ações foram
poupadas na Bovespa ontem.
As ações da Eletrobrás tiveram mais um dia ruim, com
queda de 4,11% para o papel ON
e de 4,24% para o PNB. O deságio de 35% no leilão da hidrelétrica de Santo Antônio (Furnas,
subsidiária da Eletrobrás, faz
parte do consórcio vencedor)
não agradou ao mercado.
A maior baixa do dia ficou
com as ações ON das Lojas
Renner, que recuaram 9,09%,
com os investidores temendo
resultados mais fracos que o esperado no 4º trimestre.
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