São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Foco Redução de tarifas foi uma decisão "política" do governo, diz Unibanco
DANIEL BERGAMASCO DE NOVA YORK Para o banqueiro Pedro Moreira Salles, do Unibanco, a decisão do governo de limitar as tarifas bancárias (redução de 55 para 20, entre outras medidas) "é uma questão que tem mais a ver com política do que com real necessidade". "Estamos lidando com um assunto que está incomodando", disse. A afirmação foi feita em entrevista ontem, em salão da Bolsa de Valores de Nova York, onde a instituição celebrou os dez anos de lançamento de suas ações. Salles também criticou a criação de uma tabela no site da Febraban (federação de bancos) para expor, lado a lado, as tarifas dos bancos brasileiros para que o cliente possa compará-las. "Questiono-me um pouco por que não se pede para o Ponto Frio, as Casas Bahia, o Magazine Luiza, o Carrefour colocarem em um site quanto custa a televisão de 29 polegadas", diz ele. "Transparência é importante. Se você entrar no site do Unibanco, todas as tarifas estão explicadas [...] Mas começar a regular o que pode e o que não pode, nunca vi isso dar certo." Na semana passada, quando o governo anunciou as regras para tarifas, Fábio Barbosa, presidente da Febraban, defendeu a medida. Acompanhado do ex-ministro Pedro Malan, presidente do conselho administrativo da instituição, Salles diz que voltaria ao Brasil, hoje, com a percepção de clima ainda mais tenso em Wall Street sobre o futuro da economia americana, em meio a novos anúncios negativos. "O grau de preocupação está aumentando. Quando estivemos aqui em outubro, reconheciam a dificuldade, mas acharam que ela sumiria no tempo. Voltando agora, falando com algumas das mesmas pessoas, você percebe que a realidade está ficando pior do que a projeção", afirmou. As incertezas sobre os desdobramentos da crise, afirma, reforçam a cautela do banco na oferta de crédito. Ele citou como exemplo a suspensão do financiamento de motos pelo Unibanco devido ao alto grau de inadimplência. "Todo mundo erra. Nós erramos. E saímos." Texto Anterior: Aposentado que ganha até R$ 380 receberá antes Próximo Texto: Pochmann quer jornada de três dias de trabalho Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |