São Paulo, quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

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Foco

Redução de tarifas foi uma decisão "política" do governo, diz Unibanco

Paulo Giandália - 25.ago.04/"Valor"
Pedro Moreira Salles, que criticou medidas do Planalto


DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Para o banqueiro Pedro Moreira Salles, do Unibanco, a decisão do governo de limitar as tarifas bancárias (redução de 55 para 20, entre outras medidas) "é uma questão que tem mais a ver com política do que com real necessidade". "Estamos lidando com um assunto que está incomodando", disse.
A afirmação foi feita em entrevista ontem, em salão da Bolsa de Valores de Nova York, onde a instituição celebrou os dez anos de lançamento de suas ações.
Salles também criticou a criação de uma tabela no site da Febraban (federação de bancos) para expor, lado a lado, as tarifas dos bancos brasileiros para que o cliente possa compará-las. "Questiono-me um pouco por que não se pede para o Ponto Frio, as Casas Bahia, o Magazine Luiza, o Carrefour colocarem em um site quanto custa a televisão de 29 polegadas", diz ele. "Transparência é importante. Se você entrar no site do Unibanco, todas as tarifas estão explicadas [...] Mas começar a regular o que pode e o que não pode, nunca vi isso dar certo."
Na semana passada, quando o governo anunciou as regras para tarifas, Fábio Barbosa, presidente da Febraban, defendeu a medida.
Acompanhado do ex-ministro Pedro Malan, presidente do conselho administrativo da instituição, Salles diz que voltaria ao Brasil, hoje, com a percepção de clima ainda mais tenso em Wall Street sobre o futuro da economia americana, em meio a novos anúncios negativos.
"O grau de preocupação está aumentando. Quando estivemos aqui em outubro, reconheciam a dificuldade, mas acharam que ela sumiria no tempo. Voltando agora, falando com algumas das mesmas pessoas, você percebe que a realidade está ficando pior do que a projeção", afirmou.
As incertezas sobre os desdobramentos da crise, afirma, reforçam a cautela do banco na oferta de crédito. Ele citou como exemplo a suspensão do financiamento de motos pelo Unibanco devido ao alto grau de inadimplência. "Todo mundo erra. Nós erramos. E saímos."


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