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EUA endurecem regulação financeira
Câmara aprova lei que cria agência para supervisionar crédito e estabelece regras para transações arriscadas
Para que legislação final entre em vigor, será preciso ainda a apreciação do
Senado; projeto conta com
oposição dos republicanos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em uma iniciativa do Legislativo dos EUA considerada de
longo alcance para combater a
crise global, a Câmara dos Representantes do país aprovou
ontem um projeto de lei para
endurecer as normas de regulação do sistema financeiro.
Após três dias de debates, a
matéria passou na Casa por 223
a 202 votos. A lei ainda precisa
passar pelo Senado. A proposta,
do Partido Democrata, prevê a
criação de agência estatal para
supervisionar a concessão de
crédito aos consumidores, estabelecer regras para transações consideradas arriscadas e
procurar reduzir o risco de insolvência de empresas que poderiam afetar a economia americana como um todo.
"Como vimos ao longo do
ano passado, nosso sistema financeiro está quebrado e não
podemos mais permanecer
nessa situação", disse o deputado do Partido Democrata Ed
Perlmutter.
A aprovação do projeto é vista como o mais significativo
passo do Legislativo para combater a crise financeira global
-que estourou em setembro
do ano passado- desde a implementação dos custosos programas de salvamento do sistema financeiro. Trata-se também de um esforço para atacar
de forma mais abrangente as
causas do colapso -a assunção
de riscos sem regulação.
Entre os principais pontos do
projeto aprovado ontem está o
estabelecimento de um processo para desmantelar grandes
instituições que estiverem em
dificuldades financeiras; a criação de um conselho para identificar companhias consideradas grandes demais para quebrar; a formação de uma agência para proteger consumidores de práticas abusivas; e, pela
primeira vez, a regulamentação
do mercado de derivativos.
Pendências
Apesar da iniciativa da Câmara dos Representantes, a legislação final não é esperada
para o curto prazo. O Senado
ainda elabora suas próprias
propostas para colocar em debate no início do próximo ano.
E é provável que seu projeto tenha diferenças significativas
em relação ao da Câmara.
O projeto aprovado ontem
sofreu dura oposição dos republicanos, que argumentam que
as medidas poderiam restringir
a disponibilidade de crédito no
mercado, provocar mais desemprego e, potencialmente,
trazer à tona uma situação em
que serão necessários novos
pacotes para salvar empresas
em dificuldade.
"Esse projeto terá consequências muito negativas no
setor financeiro e na economia
dos EUA como um todo", disse
o republicano Leonard Lance.
Com o "New York Times"
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