São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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Venda no varejo cresce acima do esperado

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

As vendas no varejo nos EUA superaram as expectativas de Wall Street e cresceram 1,3% em novembro, o melhor resultado desde agosto. Analistas previam uma alta inferior a 1%. O resultado mostra que, mesmo em um cenário de desemprego elevado, com taxa de 10%, o consumidor americano está disposto a gastar.
O consumo representa cerca de dois terços da economia americana, e muitos economistas afirmam que uma recuperação mais firme da economia depende justamente da volta às compras dos consumidores. A pesquisa de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan mostrou aumento, de 67,4 pontos em novembro para 73,4 em dezembro.
Mesmo com o desempenho mais favorável do que o previsto, economistas estimam que o crescimento de vendas será modesto nos próximos meses. A razão é o desempenho do mercado de trabalho. Em novembro, foi registrado o menor número de demissões em dois anos, de 11 mil pessoas, mas o país ainda conta com 15,4 milhões de desempregados.
Neste ano, algumas redes de varejo iniciaram a temporada de descontos antes da "Black Friday" (sexta-feira negra, dia após o feriado de Ação de Graças que marca o início da temporada de vendas do Natal). Os dados de ontem foram ainda mais surpreendentes quando se considera o resultado tímido das vendas do primeiro fim de ano da temporada de Natal.
A média de gastos foi de US$ 343,1 por pessoa contra US$ 372,57 em 2008, mas houve um aumento no número de consumidores que frequentaram lojas ou entraram em sites.
Na comparação com novembro do ano passado, as vendas cresceram 1,9%. Nesse caso, porém, a base é baixa. O quarto trimestre do ano passado foi influenciado pela explosão da crise financeira em setembro. Ainda assim, foi o maior crescimento na comparação mês contra igual mês do ano anterior desde agosto de 2008. Apesar disso, os varejistas ainda têm espaço para recuperação. As vendas somaram US$ 352,1 bilhões no mês passado. Em novembro de 2007, elas foram de US$ 380 bilhões.
As vendas de carros e peças aumentaram 1,6%, mesmo com o fim do programa do governo de estímulo à compra de automóveis com consumo mais eficiente de combustível. Outros setores com desempenho favorável em novembro foram os de eletrônicos (2,8%), material de construção (1,5%), vendas pela internet e correio (1,2%) e comida e bebida (1%).
Outro sinal de retomada da atividade econômica foi o aumento dos estoques -0,2% em outubro-, um sinal de que os varejistas estão aumentando pedidos à indústria, o que estimula a produção e contribui para a criação de vagas.


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