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Venda no varejo cresce acima do esperado
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
As vendas no varejo nos EUA
superaram as expectativas de
Wall Street e cresceram 1,3%
em novembro, o melhor resultado desde agosto. Analistas
previam uma alta inferior a 1%.
O resultado mostra que, mesmo em um cenário de desemprego elevado, com taxa de
10%, o consumidor americano
está disposto a gastar.
O consumo representa cerca
de dois terços da economia
americana, e muitos economistas afirmam que uma recuperação mais firme da economia depende justamente da volta às
compras dos consumidores. A
pesquisa de sentimento do consumidor da Universidade de
Michigan mostrou aumento, de
67,4 pontos em novembro para
73,4 em dezembro.
Mesmo com o desempenho
mais favorável do que o previsto, economistas estimam que o
crescimento de vendas será
modesto nos próximos meses.
A razão é o desempenho do
mercado de trabalho. Em novembro, foi registrado o menor
número de demissões em dois
anos, de 11 mil pessoas, mas o
país ainda conta com 15,4 milhões de desempregados.
Neste ano, algumas redes de
varejo iniciaram a temporada
de descontos antes da "Black
Friday" (sexta-feira negra, dia
após o feriado de Ação de Graças que marca o início da temporada de vendas do Natal). Os
dados de ontem foram ainda
mais surpreendentes quando
se considera o resultado tímido
das vendas do primeiro fim de
ano da temporada de Natal.
A média de gastos foi de US$
343,1 por pessoa contra US$
372,57 em 2008, mas houve um
aumento no número de consumidores que frequentaram lojas ou entraram em sites.
Na comparação com novembro do ano passado, as vendas
cresceram 1,9%. Nesse caso,
porém, a base é baixa. O quarto
trimestre do ano passado foi influenciado pela explosão da crise financeira em setembro.
Ainda assim, foi o maior crescimento na comparação mês
contra igual mês do ano anterior desde agosto de 2008. Apesar disso, os varejistas ainda
têm espaço para recuperação.
As vendas somaram US$ 352,1
bilhões no mês passado. Em
novembro de 2007, elas foram
de US$ 380 bilhões.
As vendas de carros e peças
aumentaram 1,6%, mesmo com
o fim do programa do governo
de estímulo à compra de automóveis com consumo mais eficiente de combustível. Outros
setores com desempenho favorável em novembro foram os de
eletrônicos (2,8%), material de
construção (1,5%), vendas pela
internet e correio (1,2%) e comida e bebida (1%).
Outro sinal de retomada da
atividade econômica foi o aumento dos estoques -0,2% em
outubro-, um sinal de que os
varejistas estão aumentando
pedidos à indústria, o que estimula a produção e contribui
para a criação de vagas.
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