|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
País tem falta de 10 mil
padeiros, diz associação
GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE
O padeiro, uma das mais
tradicionais profissões, tem
feito falta ao setor de panificação no Brasil. Segundo a
Abip (Associação Brasileira
da Indústria da Panificação e
Confeitaria), a falta de profissionais qualificados é o
grande gargalo do setor, que
prevê alta de 13% no faturamento neste ano, para R$ 50
bilhões.
Alexandre Pereira, presidente da associação, afirmou
que o deficit de mão de obra
deve estar em torno de 10
mil trabalhadores no país.
Para o presidente do Sindipan-SP (Sindicato da Indústria de Panificação e
Confeitaria de São Paulo),
Antero Pereira, porém, o número é bem maior.
"Se tivéssemos mão de
obra qualificada, só o Estado
de São Paulo absorveria esses 10 mil trabalhadores.
Qualquer padaria hoje tem
placas à procura de funcionários", disse.
Um profissional não qualificado ganha, em média, R$
723 mensais em padarias
com até 60 funcionários e
cerca de R$ 780 em estabelecimentos maiores. Com a
qualificação, a renda média
pode dobrar, diz o presidente do sindicato.
"Para a mão de obra qualificada, o salário mínimo é de
R$ 1.400 para padeiros, chegando a R$ 1.800 para confeiteiros. Dependendo da
qualificação e do produto,
esses números podem chegar a R$ 4.000 para confeiteiros e R$ 2.500 para padeiros", afirma o presidente do
sindicato.
"As pessoas que buscarem
qualificação têm emprego
garantido no setor", afirma o
presidente da associação.
O sindicato do setor em
São Paulo possui uma escola
de qualificação e oferece 50
cursos aos trabalhadores
que quiserem se aprimorar.
Anualmente, o local treina
cerca de mil pessoas em diferentes níveis de especialização -todos os cursos têm
50% de vagas gratuitas, índice estipulado pelo governo.
Daniel Razurck, 38, trabalha como confeiteiro há dez
anos, mas só conclui o curso
da área em janeiro. "Estou
aprimorando as técnicas de
produção, lançando produtos novos."
Christiane Ferr, 47, aluna
do curso técnico em panificação, foi procurar a especialização logo que decidiu se
dedicar à profissão. Depois
de trabalhar como executiva
de marketing, ela resolveu
"dar uma virada" e começar
a produzir e a vender doces.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Cesar Benjamin: A mercadoria fictícia Índice
|