São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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País tem falta de 10 mil padeiros, diz associação

GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE

O padeiro, uma das mais tradicionais profissões, tem feito falta ao setor de panificação no Brasil. Segundo a Abip (Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria), a falta de profissionais qualificados é o grande gargalo do setor, que prevê alta de 13% no faturamento neste ano, para R$ 50 bilhões.
Alexandre Pereira, presidente da associação, afirmou que o deficit de mão de obra deve estar em torno de 10 mil trabalhadores no país.
Para o presidente do Sindipan-SP (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo), Antero Pereira, porém, o número é bem maior.
"Se tivéssemos mão de obra qualificada, só o Estado de São Paulo absorveria esses 10 mil trabalhadores. Qualquer padaria hoje tem placas à procura de funcionários", disse.
Um profissional não qualificado ganha, em média, R$ 723 mensais em padarias com até 60 funcionários e cerca de R$ 780 em estabelecimentos maiores. Com a qualificação, a renda média pode dobrar, diz o presidente do sindicato.
"Para a mão de obra qualificada, o salário mínimo é de R$ 1.400 para padeiros, chegando a R$ 1.800 para confeiteiros. Dependendo da qualificação e do produto, esses números podem chegar a R$ 4.000 para confeiteiros e R$ 2.500 para padeiros", afirma o presidente do sindicato.
"As pessoas que buscarem qualificação têm emprego garantido no setor", afirma o presidente da associação.
O sindicato do setor em São Paulo possui uma escola de qualificação e oferece 50 cursos aos trabalhadores que quiserem se aprimorar.
Anualmente, o local treina cerca de mil pessoas em diferentes níveis de especialização -todos os cursos têm 50% de vagas gratuitas, índice estipulado pelo governo.
Daniel Razurck, 38, trabalha como confeiteiro há dez anos, mas só conclui o curso da área em janeiro. "Estou aprimorando as técnicas de produção, lançando produtos novos."
Christiane Ferr, 47, aluna do curso técnico em panificação, foi procurar a especialização logo que decidiu se dedicar à profissão. Depois de trabalhar como executiva de marketing, ela resolveu "dar uma virada" e começar a produzir e a vender doces.


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