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Receita cobra R$ 4,3 bi de 50 mil empresas
Companhias têm até 29 de janeiro para pagar ou débitos irão para a dívida ativa
Próximo grande lote
de intimações deve ser
enviado em fevereiro;
intenção do fisco é acelerar procedimento de cobrança
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Continuando o cerco às empresas inadimplentes, a Receita Federal enviou mais um lote
de intimações a companhias
com débitos tributários pendentes. Depois de remeter em
outubro uma série de notificações a grandes contribuintes
devedores e apertar o prazo para o envio de declarações a partir de 2010, a intenção do fisco
agora é acelerar o procedimento de cobranças.
A nova ação atinge 50.390
empresas que ainda não recolheram R$ 4,3 bilhões referentes a tributos confessados nas
DCTFs (Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais) semestrais do meio do
ano e das mensais entre agosto
e outubro. Atualmente, o pequeno grupo das maiores companhias realiza o procedimento
mês a mês, enquanto as menores o fazem a cada seis meses. A
partir de janeiro, todas passarão para o sistema mensal.
"A meta agora é cobrar as dívidas o mais próximo possível
do fato gerador", afirmou o
coordenador de Cobrança da
Receita, João Paulo Martins da
Silva. De acordo com ele, as recentes medidas do fisco visam
processar mais rapidamente as
informações recebidas, a fim de
diminuir o espaço para a inadimplência dos contribuintes.
Em outubro, apesar do porte
maior das empresas intimadas
e do volume semelhante de recursos não pagos, R$ 4,1 bilhões, a cobrança dos débitos
referentes às declarações mensais de janeiro a julho foi pulverizada entre 110 mil companhias. "O que a gente notou é
que a DCTF semestral, apesar
de ter pequenos e médios contribuintes, tem inadimplência
maior", afirmou Silva.
As empresas notificadas têm
até o dia 29 de janeiro para quitar os débitos ou eles serão inscritos na dívida ativa da União.
Segundo Silva, o próximo grande lote de intimações deve ser
enviado em fevereiro, baseado
nas DCTFs entregues no fim do
ano. A partir de 2010, no entanto, a cobrança passará a ser feita mensalmente, seguindo o
novo fluxo das declarações.
Além disso, no próximo ano o
procedimento incluirá o aviso
de inscrição dos devedores no
Cadin (Cadastro Informativo
de Créditos não Quitados do
Setor Público Federal), que será feito em caso de não pagamento em 75 dias após a notificação. "A entrada no Cadin significa mais restrições aos devedores, para renovar cheque especial e conseguir crédito em
bancos, por exemplo."
Para tentar recuperar parte
das receitas perdidas durante a
crise, o governo tem adotado
medidas para fechar brechas
que davam fôlego para que parte dos contribuintes segurasse
em caixa recursos devidos. Até
outubro, a inadimplência já superava R$ 3 bilhões.
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