São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2001

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Cai previsão de crescimento do Brasil

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apareceu a primeira grande má notícia na área econômica: a Merrill Lynch, uma das mais importantes corretoras do planeta, rebaixou a sua previsão de crescimento da economia brasileira neste ano de 3,9% para 3,7%.
O dado consta de um relatório da corretora para seus clientes. A redução da previsão de crescimento no Brasil se deveu basicamente à desaceleração da economia dos EUA.
A decisão da Merrill Lynch, diz o relatório, "reflete receitas em reais um pouco menores" neste ano no Brasil. Além disso, deve haver uma queda na demanda por produtos brasileiros no mundo desenvolvido.
A taxa de câmbio prevista para este ano passou de R$ 2,00 por US$ 1 para R$ 2,05 por US$ 1,00 no final do ano. A taxa de câmbio média no ano, segundo a corretora, deve ficar em R$ 1,99.
A previsão de inflação para 2001 passou de 4,3% para 4,5% (IPCA) -a meta fixada pelo governo é de 4%, com variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A taxa de juros Selic (determinada pelo Banco Central do Brasil) continuará a cair, mas chegará a 14% apenas no final do ano. A taxa atual está em 15,75%.
A boa notícia da Merrill Lynch é que os economistas da corretora imaginam que neste ano o Brasil continue a ter um alto nível de investimentos estrangeiros diretos (o dinheiro que vem para ficar).
A expectativa é que o país receba de US$ 20 bilhões a US$ 22 bilhões até dezembro -menos que os US$ 24 bilhões estimados pelo Banco Central. Em 2000, o país recebeu US$ 29,8 bilhões em investimentos diretos de estrangeiros.
"A maior parte dos investimentos estrangeiros diretos para o Brasil vem da Europa (apenas 20% a 25% dos Estados Unidos). A esperada valorização do euro deve tornar os ativos brasileiros mais atrativos", diz o relatório. Essa conjuntura, "combinada com os fundamentos estáveis da economia brasileira" não resultará na deterioração da entrada de capital estrangeiro.

México
Além do Brasil, o México também teve uma redução nas suas projeções de crescimento para este ano, segundo a Merrill Lynch. Antes, a idéia era que a economia mexicana fosse crescer 4%. Agora, a corretora reduziu esse percentual para 3,7%.
A taxa de câmbio passou de 10,40 pesos por US$ 1,00 para 10,65 pesos por US$ 1,00 no final do ano. A taxa de inflação foi mantida em 7,3%.
Em dezembro, a taxa de juros do México deve estar perto de 14%, mesma previsão feita para o Brasil.


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