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ENERGIA
Greve na Venezuela deixou lacuna no suprimento
Opep vai aumentar produção de petróleo em 1,5 milhão de barris
DA REDAÇÃO
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
compensará os problemas na
produção da Venezuela injetando, diariamente, 1,5 milhão de
barris a mais no mercado. A decisão foi tomada ontem, em reunião extraordinária do cartel.
O aumento deve valer a partir
de 1º de fevereiro, segundo o presidente da Opep, Abdullah bin
Hamad al Attyah. O objetivo é
acalmar os temores de que haja
uma crise de fornecimento do
produto causada pela greve na
Venezuela. "A Opep está tentando enviar um recado muito forte
de que vai fazer o máximo para
estabilizar a demanda e o fornecimento", disse. "Agora vamos esperar que o mercado reaja."
A cota atual do cartel é de 23 milhões de barris por dia, mas, com
a greve na Venezuela -que já dura 43 dias e atingiu a gigante estatal PDVSA (Petroleos de Venezuela)-, a produção caiu cerca
de 2 milhões de barris por dia. O
país é o principal fornecedor do
produto para os Estados Unidos.
A Opep é responsável por cerca
de 40% da produção mundial de
petróleo. Com o aumento, o teto
de produção do cartel deve ser de
24,5 milhões de barris por dia.
Existe também um acordo entre
os 11 membros da Opep que prevê
o aumento da produção caso os
preços de um produto de referência (cesta que inclui sete diferentes tipos de petróleo) fique acima
de US$ 28 por mais de 20 dias. A
medida tem como objetivo evitar
a competição com combustíveis
alternativos, que são mais utilizados quando as cotações do petróleo ficam altas demais. Os preços
da cesta já ultrapassam a meta do
cartel há 18 dias.
Na sexta-feira, o preço do barril
fechou cotado a US$ 31,68 em Nova York e US$ 29,82 em Londres.
Iraque
Outro motivo para as recentes
altas nas cotações da commodity
é a expectativa de uma guerra entre Estados Unidos e Iraque. O temor de um conflito foi o responsável pelos cerca de 40% de aumento que os preços do petróleo
acumularam no ano passado.
Se houver uma guerra contra o
Iraque, a produção de todos os
países do Oriente Médio deverá
ser prejudicada. Analistas dizem
que, nesse caso, a cotação do barril de petróleo poderá chegar a
US$ 40 ou mais, se o conflito tiver
duração prolongada.
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