São Paulo, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003

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ENERGIA

Greve na Venezuela deixou lacuna no suprimento

Opep vai aumentar produção de petróleo em 1,5 milhão de barris

DA REDAÇÃO

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) compensará os problemas na produção da Venezuela injetando, diariamente, 1,5 milhão de barris a mais no mercado. A decisão foi tomada ontem, em reunião extraordinária do cartel.
O aumento deve valer a partir de 1º de fevereiro, segundo o presidente da Opep, Abdullah bin Hamad al Attyah. O objetivo é acalmar os temores de que haja uma crise de fornecimento do produto causada pela greve na Venezuela. "A Opep está tentando enviar um recado muito forte de que vai fazer o máximo para estabilizar a demanda e o fornecimento", disse. "Agora vamos esperar que o mercado reaja."
A cota atual do cartel é de 23 milhões de barris por dia, mas, com a greve na Venezuela -que já dura 43 dias e atingiu a gigante estatal PDVSA (Petroleos de Venezuela)-, a produção caiu cerca de 2 milhões de barris por dia. O país é o principal fornecedor do produto para os Estados Unidos.
A Opep é responsável por cerca de 40% da produção mundial de petróleo. Com o aumento, o teto de produção do cartel deve ser de 24,5 milhões de barris por dia.
Existe também um acordo entre os 11 membros da Opep que prevê o aumento da produção caso os preços de um produto de referência (cesta que inclui sete diferentes tipos de petróleo) fique acima de US$ 28 por mais de 20 dias. A medida tem como objetivo evitar a competição com combustíveis alternativos, que são mais utilizados quando as cotações do petróleo ficam altas demais. Os preços da cesta já ultrapassam a meta do cartel há 18 dias.
Na sexta-feira, o preço do barril fechou cotado a US$ 31,68 em Nova York e US$ 29,82 em Londres.

Iraque
Outro motivo para as recentes altas nas cotações da commodity é a expectativa de uma guerra entre Estados Unidos e Iraque. O temor de um conflito foi o responsável pelos cerca de 40% de aumento que os preços do petróleo acumularam no ano passado.
Se houver uma guerra contra o Iraque, a produção de todos os países do Oriente Médio deverá ser prejudicada. Analistas dizem que, nesse caso, a cotação do barril de petróleo poderá chegar a US$ 40 ou mais, se o conflito tiver duração prolongada.



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