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MERCADO ABERTO
BC acelera queda do juro, diz analista
O resultado da produção industrial de novembro e os
indicadores antecedentes
da atividade econômica para dezembro jogaram um balde
de água fria nas previsões para a
economia neste ano. As apostas
agora são as de que o crescimento do PIB ficará muito abaixo dos
4% previstos pelo Banco Central.
Diante desses novos indicadores para a indústria, a consultoria
Tendências refez as suas projeções. O crescimento do PIB para
2005 baixou de 2,6% para 2,3%,
e, para 2006, de 3,4% para 3,2%.
Para o economista Roberto Padovani, da Tendências, essa mudança de cenário deve se refletir
na reunião do Copom, na semana que vem. A previsão é a de que
o BC irá acelerar o ritmo de redução dos juros. A consultoria acha
provável que o Copom promova
um corte de 0,75 ponto percentual já na semana que vem e em
todas as demais reuniões dos primeiros seis meses deste ano.
Segundo Padovani, a expectativa, agora, diante desses resultados, é a de que a Selic caia dos
atuais 18% para 15% ainda no final deste primeiro semestre. De
acordo com pesquisa da Febraban com 51 dos maiores bancos
do país, divulgada ontem, a aposta do mercado é a de que esse patamar de 15% da Selic só seja
atingido em dezembro deste ano.
Há hoje, segundo ele, sinais
fortes para o BC acelerar o processo de redução de juros. O
maior é a inflação. A bússola da
Tendências indica uma taxa para
o IPCA, o índice oficial, de 4,1%
neste ano, abaixo, portanto, do
centro da meta, de 4,5%.
Em relação ao câmbio, a Tendências não prevê grandes pressões, diante do atual ritmo do
crescimento mundial, mesmo
com as eleições. Nesse caso, as
exportações continuam a ser impulsionadas, fazendo com que a
projeção para o superávit comercial alcance US$ 41 bilhões.
SOB DISPUTA
Deve esquentar a disputa pela
Light, distribuidora de energia
do Rio. Estão varando a madrugada as reuniões dos notáveis cariocas que compõem o conselho
do consórcio liderado pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, que inclui
Eliezer Baptista, Armando Klabim, Olavo Monteiro de Carvalho e Carlos Mariani Bittencourt.
O grupo, batizado de "Energia
do Rio", defenderá a importância de a Light permanecer nas
mãos de administradores do
Rio. O discurso contraria os interesses de um outro consórcio na
disputa, liderado pela Cemig e
pela Andrade Gutierrez.
INTERCÂMBIO
O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) passará a
integrar a National Retail Federation, maior associação varejista americana, com sede em Washington. Para Flávio Rocha, presidente do IDV, será uma oportunidade para debater idéias e
adquirir conhecimento.
MISSÃO
A UIA (União Industrial Argentina), espécie de Fiesp do país
vizinho, enviará missão com até
50 empresários ao Nordeste em
abril. O objetivo, incrementar as
exportações para a região.
PREOCUPAÇÃO
A entrada de Antonio Fadiga
no comando da Fischer America
causou apreensão a clientes da
agência. Alguns ligaram para
perguntar se Eduardo Fischer
iria se aposentar. Mas ele continuará como presidente do comitê estratégico da empresa.
TÍTULOS
O número de protestos de títulos em SP encerrou o ano com
queda de 10,3% em dezembro.
ESCOAMENTO
Os portos brasileiros foram
responsáveis pelo escoamento
de 81% das exportações do país
no ano passado, segundo o Ministério do Desenvolvimento. O
porto de Santos continuou a ser
o principal, com US$ 32 bilhões,
seguido do de Vitória (ES), com
US$ 11 bilhões, e do de Paranaguá (PR), com US$ 8,5 bilhões.
EXPANSÃO NATURAL
Maior rede de lojas de produtos naturais da América Latina, a
Mundo Verde encerrou 2005
com 111 lojas em operação e duas
em obras. Presente em 11 Estados, a rede registrou aumento de
12% no faturamento do ano passado ante 2004. A expectativa para 2006 é a de um crescimento
ainda maior, na casa de 18%.
AIDS NAS EMPRESAS
Cresce a preocupação entre
as empresas com relação ao
impacto da Aids em seus negócios. É o que revela a última
edição de estudo do Fórum
Econômico Mundial sobre o
assunto. De 2004 para 2005,
subiu de 37% para 46% o número de companhias que
prevêem que o vírus HIV irá
afetar seus negócios nos próximos cinco anos. Mas, apesar da preocupação, políticas
internas relacionadas à Aids
ainda estão pouco disseminadas no ambiente corporativo,
exceto em países com elevada
incidência da doença (gráfico
à esq.). Globalmente, só 6%
das empresas têm regras por
escrito, e apenas 14%, programas informais. E, das empresas que possuem políticas
próprias, só 53% oferecem
programas de prevenção.
No fio da navalha
A "briga" entre os ex-controladores da Bombril e a administração judicial da empresa promete esquentar. O
empresário Ronaldo Sampaio
Ferreira, filho do fundador da
companhia, quer voltar ao comando da empresa neste ano
e terminar com o regime de
administração judicial da
Bombril S.A. O primeiro passo já foi dado com a aprovação, em assembléia, pelo conselho da Brasil Holding, que
controla a Brasil S.A. (a empresa operacional), do seu
plano de recuperação judicial.
O plano será apresentado na
próxima semana à 2ª Vara de
Falências e Recuperação das
Empresas de São Paulo, e sua
aplicação suspende a administração judicial da Bombril
S.A. O plano prevê a entrega
de ativos da Bombril S.A. a todos os credores como forma
para pagar as dívidas.
Como Sampaio Ferreira é
quem tem o maior crédito, ele
passaria a deter o controle da
empresa, o que lhe garantiria
a volta ao comando. O único
empecilho capaz de atrapalhar os planos de Ferreira é o
recurso que a Brasil S.A. moveu na Câmara de Falências e
Recuperações Judiciais do
Tribunal de Justiça contra o
plano de recuperação. O recurso ainda não foi julgado.
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