São Paulo, sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

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AVE DOENTE

Trânsito de animais entre Estados será proibido, medida que empresas já adotam; granjas serão monitoradas por satélite

Governo terá R$ 100 mi contra gripe aviária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O plano de prevenção à gripe aviária consumirá R$ 100 milhões do Ministério da Agricultura e só deve vigorar em março. Os recursos serão aplicados no reaparelhamento da rede laboratorial, na criação de barreiras sanitárias, na capacitação de técnicos e em medidas de caráter educativo.
O governo havia prometido divulgar o plano em 15 de dezembro, e o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) chegou a levantar a possibilidade de antecipá-lo para o dia 1º para aproveitar uma conferência internacional sobre a doença em Brasília.
As medidas entrariam em vigor neste mês. Mas o ministério alegou problemas jurídicos para adiar o lançamento.
"O atraso não é bem-vindo, pois estávamos ansiosos. Mas vamos ser otimistas", disse o presidente da Abef (Associação Brasileira de Exportadores de Frango), Ricardo Gonçalves, após a reunião de ontem entre técnicos do ministério e representantes de produtores de frango na qual foi redigido o texto do plano.
A ansiedade era tamanha que grandes produtores se anteciparam ao governo e desde novembro suspenderam o trânsito de animais entre Estados, como a Folha publicou ontem.
A proibição do trânsito de aves de abate e de descarte é uma das principais medidas do plano.
Com isso, evitam-se grandes perdas no caso de a gripe aviária chegar ao país. Os prejuízos ficariam limitados ao Estado afetado.
Maior exportador de frango, o Brasil abate 370 milhões de cabeças por mês -30% dessa produção é destinada ao exterior.

Prazo
O prazo de fechamento das fronteiras não será o mesmo para todas as unidades da Federação.
Os Estados do Sul mais MG e SP terão três meses para se adequarem. GO, DF, MS, MT, ES e BA, seis meses. E os demais, um ano. As sanções por descumprimento serão definidas pelos Estados.
O plano também prevê maior controle, com cadastramento de granjas, que serão monitoradas por satélite, e o levantamento soroepidemiológico dos animais.
O texto aprovado ontem segue para o departamento jurídico do ministério e deve ser colocado em consulta pública no final do mês.
(FERNANDO ITOKAZU)

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