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MERCADO FINANCEIRO
Intervenções do BC não surtem efeito, e estrangeiro reforça aposta na queda da moeda; Bolsa recua 0,48%
Após 2 dias, dólar volta a cair e vai a R$ 2,265
DA REPORTAGEM LOCAL
Não durou muito a alta do dólar. A moeda norte-americana,
que havia subido dois dias seguidos, registrou recuo de 0,83% ontem, para fechar a R$ 2,265.
Em todos os dias da semana, o
BC manteve sua política de realizar intervenções tanto no mercado futuro quanto no à vista. Ontem, comprou pelo menos US$
500 milhões do mercado.
Muitos analistas afirmam que,
se com o BC atuando o dólar não
tem conseguido emplacar uma
tendência de alta, se sair do mercado a moeda americana vai derreter, rapidamente, para perto
dos R$ 2,00.
Como o BC não tem como intervir no câmbio para sempre, especula-se sobre a possibilidade de
o governo tomar medidas que
possam influenciar a cotação da
moeda. Entre essas, a que parece
mais realizável é a de uma regra
que limite o montante de "posição vendida" em dólar que as instituições poderiam manter.
Quem monta uma "posição
vendida" em dólar lucra mais se o
real se valorizar. Quando essas
posições sobem muito, mostram
que a aposta na apreciação do real
segue em alta.
Na BM&F, a posição vendida líquida dos estrangeiros não pára
de aumentar: a cifra saltou de US$
8,51 bilhões no começo do ano
para US$ 9,46 bilhões no último
dia 11. Os números mostram que
as intervenções do BC não tiveram impacto suficiente para reverter as apostas dos investidores.
A Bovespa, que chegou a operar
ontem acima dos 36 mil pontos
pela primeira vez, acabou por terminar o pregão com baixa de
0,48%, a 35.779 pontos. A queda
das Bolsas norte-americanas (em
razão de rebaixamento das ações
da Coca-Cola e de novas preocupações com a elevação do petróleo) pesou no mercado local.
O risco-país também refletiu o
cenário externo menos favorável
e marcava 289 pontos no fim do
dia (alta de 3,6%).
O presidente da BM&F, Manoel
Felix Cintra Neto, afirmou ontem
que provavelmente em fevereiro
começará a operar uma roda para
negociar dólar à vista no pregão
viva-voz. Estima-se que a inauguração desse pregão eleve o volume médio diário de dólar negociado entre as instituições financeiras do atual US$ 1,5 bilhão para
cerca de US$ 2 bilhões.
Em 2005, o volume médio diário negociado nos pregões da
BM&F subiu 19% em relação a
2004, para US$ 30,6 bilhões.
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