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Decisão do STF permite à Transbrasil retomar operações
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Quatro anos depois de paralisar
suas atividades por falta de dinheiro para comprar combustível, a Transbrasil poderá voltar a
operar, de acordo com liminar
concedida ontem pelo presidente
do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim.
"Os efeitos da não-concessão da
liminar parecem-me, em um primeiro momento, mais desastrosos que a sua concessão", escreveu o ministro Jobim, ao julgar o
pedido que devolveu à Transbrasil a condição "de concessionária
de transporte aéreo".
Na prática, porém, a companhia
ainda precisa cumprir uma série
de trâmites para voltar a voar. Os
principais são obter autorizações
do DAC (Departamento de Aviação Civil) e da Infraero, estatal
responsável pela administração
dos aeroportos. A assessoria de
imprensa da Transbrasil afirmou
que, com a liminar, terá condições de apresentar um modelo de
planejamento ao DAC.
"A Transbrasil já tem parceiros
interessados em investir na empresa e estamos preparados para
recuperar um espaço que foi nosso por mais de 50 anos", disse
Carlos Badra, assessor de relações
públicas da companhia. Nos anos
80, a Transbrasil cobria praticamente todo o território nacional e
fazia vôos para a Europa, Estados
Unidos e América Latina.
De acordo com os advogados da
Transbrasil, com a decisão do ministro Jobim, os hangares e terminais administrados pela empresa
nos aeroportos brasileiros retornam ao controle da companhia
-por determinação da Infraero,
os espaços foram transferidos a
novas concessionárias, como a
Gol e a BRA, por exemplo.
Quando encerrou as atividades,
em dezembro de 2001, a Transbrasil tinha uma dívida de R$ 910
milhões e cerca de 2.200 funcionários. Quando a crise tornou-se
mais intensa, a General Electric
pediu a falência da Transbrasil.
Segundo Badra, "não será por
falta de avião que a Transbrasil
deixará de voar novamente".
"Avião não é problema, qualquer
empresa pode fazer um leasing e
pronto." Antes de recorrer ao
STF, a Transbrasil fez pedidos à
Infraero e ao Ministério da Defesa
para voltar às atividades -todas
as solicitações foram negadas.
Por meio da assessoria de imprensa, a Infraero disse que não
comentaria a decisão porque não
foi comunicada oficialmente.
Colaborou a Sucursal do Rio
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