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Ex-Fepasa pode dispensar
ALESSANDRO BRAGHETO
da Folha Ribeirão
A Ferroban (Ferrovias Bandeirantes S/A), empresa que
comprou a antiga Fepasa
-privatizada em novembro de
98-, vai "enxugar" o quadro
de funcionários da antiga estatal em até 50%.
De acordo com sindicatos da
região de Ribeirão Preto (319
km de São Paulo), pelo menos
50% dos 6.470 funcionários da
empresa serão dispensados,
ainda no primeiro semestre
deste ano, por meio de um PDV
(Plano de Demissões Voluntárias) ou de demissões promovidas pela empresa.
Atualmente, a empresa administra o transporte de carga e
passageiros de mais de 5.000
km de ferrovias em São Paulo.
Só na região de Ribeirão Preto
existem 780 funcionários.
A Ferroban não forneceu números de quantos funcionários
aderiram ao PDV. A empresa
também não confirma os números do sindicato, mas diz
que o quadro realmente será
reduzido, com ou sem adesão
ao PDV.
A empresa entrou em operação neste mês e foi formada a
partir de um consórcio de empresas que adquiriu a Fepasa,
por R$ 254,05 milhões.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Mogiana, o
plano de demissão voluntária
apresentado pela empresa é
uma maneira de se livrar das
indenizações contratuais impostas pela lei.
"Caso os trabalhadores aceitem esse plano, eles terão perdas de indenizações de cerca de
20%", disse Alécio Sartori, vice-presidente do sindicato.
Segundo a entidade, existe
desde o ano passado um chamado "plano unilateral de demissões", que inclui indenizações para funcionários de acordo com o tempo de trabalho.
Funcionários com até nove
anos de empresa que forem demitidos recebem um salário de
indenização para cada ano de
trabalho e mais 80% de acréscimo no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Já pessoas entre 10 e 19 anos
de casa recebem dois salários
por ano de trabalho e o acréscimo no FGTS. Quem tiver mais
de 20 anos de empresa recebe
dois salários e meio, mais o
acréscimo no FGTS.
O PDV, chamado pela empresa de "acordo bilateral de
demissões", diminui em 90%
as indenizações para funcionários com até nove anos de empresa, 75% para funcionários
entre 10 e 19 anos de empresa e
em 70% para pessoas com mais
de 20 anos de casa, de acordo
com o sindicato.
"Estamos orientando todos
os funcionários de nossa região
a não aceitar o PDV", afirmou
Sartori.
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