São Paulo, quarta, 13 de janeiro de 1999

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GM tem excedente de mil funcionários

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local

A General Motors do Brasil informou ontem que tem um excedente de cerca de mil funcionários na sua fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista.
Uma reunião amanhã entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano poderá definir o destino desses funcionários, que representam aproximadamente 11% do efetivo da planta.
Os sindicalistas estão pessimistas com o encontro e temem que os mil funcionários sejam demitidos.
A montadora afirmou em comunicado que buscará, em conjunto com a representação dos funcionários, "a melhor alternativa para atender satisfatoriamente tanto aos interesses dos trabalhadores quanto os da empresa".
Segundo o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, a empresa programou a produção nos três primeiros meses do ano em ritmo bem abaixo da capacidade da planta de São Caetano.
O sindicalista afirma que a GM está produzindo apenas 25 caros por hora em São Caetano, quando o normal seria 38 unidades.
A notícia do excedente foi comunicada ao sindicato em uma reunião ontem, na qual os sindicalistas reivindicaram aumento do valor da parcela de participação nos lucros e resultados de 98 e reajuste salarial de quase 3%.
Os funcionários da fábrica de caminhões da Ford, em São Paulo, também estão preocupados com a possibilidade de demissões de parte dos 1.800 empregados.
A montadora convocou para hoje uma reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo para discutir a situação dos funcionários, já que a produção está menor do que a capacidade.
O excedente na fábrica, na avaliação da Ford, seria de 600 funcionários, segundo informações que circulam na unidade.
Na fábrica da Ford em São Bernardo, onde 2.800 foram demitidos (41% do efetivo) na semana passada, os funcionários voltaram a ocupar a unidade ontem, pelo sexto dia consecutivo. A montadora não ativou a linha de produção.
A Ford informou que depositará hoje, nas contas bancárias dos demitidos, o total das verbas rescisórias e a gratificação extra equivalente a dois salários e meio.
As homologações das demissões foram marcadas para hoje no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, mas a entidade está orientando os demitidos a não comparecerem.
Segundo informações da comissão de fábrica da Ford de São Bernardo, cerca de 100 metalúrgicos, dos 2.800, já assinaram as cartas de demissões enviadas pela empresa em dezembro.
Na Ford de Taubaté, a reunião de ontem entre a empresa e o sindicato terminou sem avanços. A montadora manteve os 501 funcionários afastados por tempo indeterminado, 45% do efetivo. Os sindicalistas temem demissão de 250.
A situação também não é tranquila na Mercedes-Benz, que afirma ter um excedente de aproximadamente 500 funcionários, segundo informa a comissão de fábrica.
Raimundo Domingos Silva, da comissão, afirma que o programa de demissões voluntárias da montadora teve cerca de 330 adesões, abaixo da meta da empresa.



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