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Texaco nega interesse e diz que
setor está saturado no mundo
da Reportagem Local
As empresas de petróleo e petroquímica são reservadas, evitando manifestações sobre a
eventual abertura do refino.
Consultadas pela Folha, Esso,
Shell, Repsol, Ipiranga, Ultra,
Dow Química e Odebrecht preferiram não se manifestar. As empresas que admitem estudar o assunto acham prematuro falar. A
única exceção foi a Texaco.
"No momento, a Texaco não
tem interesse de entrar no mercado de refino no Brasil", diz Jaime
Plentz, vice-presidente de Operações e Lubrificantes da empresa.
"Atualmente existe uma super
oferta de capacidade de refino no
mundo e também dentro do sistema Texaco mundial", diz.
Plentz diz que a empresa poderá
"avaliar possibilidades de investimentos na área de polidutos".
A Ipiranga, que tem uma refinaria no Rio Grande do Sul com capacidade de refino de 12,5 mil
barris/dia, é citada como uma natural interessada em reforçar sua
posição no mercado. Mas não se
pronunciou. Em seu site na Internet, a Ipiranga informa que "está
dando continuidade aos estudos
de avaliação da melhor alternativa de projeto a ser implantada na
refinaria durante o período (5
anos) de transição concedido"
(pela nova lei do petróleo).
O refino pode não ser o negócio
mais disputado, mas há novos
parceiros no mercado em busca
de nichos e posições estratégicas.
A primeira licitação para exploração de petróleo introduziu dez
multinacionais numa atividade
até então restrita à Petrobras.
Grupos de origem estrangeira
contrataram altos executivos saídos dos quadros da Petrobras.
Desde a promulgação da lei do
petróleo, em 1997, o Instituto Brasileiro do Petróleo, que reúne no
Rio de Janeiro empresas de todos
os segmentos, ganhou mais de 50
novos associados internacionais.
A exploração e produção são as
áreas mais concorridas, mas se
houver boas ofertas no refino,
sempre haverá negócios, dizem os
consultores privados.
A Petrobras, por exemplo, associada à argentina Perez Companc,
adquiriu em dezembro duas refinarias e dois polidutos na Bolívia.
"As empresas internacionais de
petróleo poderão estar interessadas em negociar com a Petrobras
a entrada em algumas das refinarias através de parcerias", afirma
Filippo de Vecchi, da Value Partners Management Consulting.
"Mesmo que interessadas, em
termos estratégicos, em completar suas atividades com uma presença no refino, elas continuam a
tomar suas decisões com parâmetros rígidos de rentabilidade mínima", afirma Vecchi, em artigo
na revista "Brasil Energia".
Segundo ele, a distância entre o
mercado final e os campos adquiridos para exploração e produção
abre uma frente adicional de negociação com a Petrobras para
trocas de produtos.
"A decisão importante que precisava ser tomada é preparar o
país para ter o máximo de auto-suficiência em produção de derivados utilizando o petróleo pesado brasileiro", diz Jaime Rotstein,
presidente da Sondotécnica e
membro do conselho de administração da Petrobras.
Rotstein apresentou ao conselho da estatal um plano que prevê
a participação das distribuidoras
no refino. "A abertura tem que ser
controlada, para não comprometer o balanço de pagamentos. Minha proposta não é um trabalho
feito para resolver os problemas
da Petrobras. É o interesse do país
que está em jogo".
(FV)
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