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Mônica toca negócio próprio
da Reportagem Local
A exposição de artistas na televisão move a indústria de licenciamento. Mas não é a regra. A
Turma da Mônica, uma das marcas que mais vendem no país, usa
a televisão apenas como apoio. A
fama de seus personagens vem
das bancas de jornais.
Idealizada por Maurício de Sousa, a Turma é também um caso
raro em que a própria personagem administra seus negócios.
Mônica de Sousa, filha do desenhista, foi a musa inspiradora da
Mônica das histórias.
O mercado prevê que a marca
participe com 30% das vendas de
licenciados, estimadas por empresas do setor em R$ 2 bilhões.
"Acompanho pessoalmente esse negócio para cuidar de nossa
marca, nosso maior patrimônio",
diz Mônica de Sousa.
Ao contrário da Maurício de
Sousa Produções, os produtos assinados por artistas dependem da
exposição em meios de comunicação.
Para Carlos Takeo Tomita,
agente licenciador dos apresentadores Gugu e Eliana, cerca de 80%
dos negócios dependem da audiência dos programas. "Não dá
para vender produtos de quem
não aparece na TV."
Basta dizer que a queda de audiência do programa de Eliana, há
pouco mais de um ano, diminuiu
a receita da apresentadora. Com a
troca do SBT pela Record, a moça
perdeu metade de seu ibope e o
faturamento caiu 20%. Ela precisou de cerca de quatro meses para
recuperar audiência e vendas.
Para estampar o nome nos produtos, os artistas cobram dos fabricantes até 10% de royalties sobre as vendas. Em média, esse
"cachê" varia entre 5% e 6%.
Os agentes de licenciamento ficam com cerca de 30% do valor
pago em royalties. O restante, cerca de 90% do valor das vendas, vai
para os fabricantes.
Com a expansão da indústria da
fama, que cria mais artistas a cada
ano, os licenciados só tendem a
crescer. E o setor de brinquedos é
o que mais se vale desse artifício
para melhorar seu desempenho.
Em 99, de cada dez brinquedos
vendidos, quase seis usavam a
imagem de artistas famosos. Há
três anos, essa proporção era de
dez para três. A previsão para este
ano é que os licenciados respondam por 65% das vendas, estimadas em R$ 950 milhões pela
Abrinq, que representa o setor.
No rastro dos brinquedos, empresas de outros setores também
estão de olho nos artistas. Gugu
Liberato vai lançar um chuveiro e
Hebe Camargo fechou contrato
com fabricantes de ar-condicionado e aquecedores.
(JW e FF)
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