São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2000


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Mônica toca negócio próprio

da Reportagem Local

A exposição de artistas na televisão move a indústria de licenciamento. Mas não é a regra. A Turma da Mônica, uma das marcas que mais vendem no país, usa a televisão apenas como apoio. A fama de seus personagens vem das bancas de jornais.
Idealizada por Maurício de Sousa, a Turma é também um caso raro em que a própria personagem administra seus negócios. Mônica de Sousa, filha do desenhista, foi a musa inspiradora da Mônica das histórias.
O mercado prevê que a marca participe com 30% das vendas de licenciados, estimadas por empresas do setor em R$ 2 bilhões.
"Acompanho pessoalmente esse negócio para cuidar de nossa marca, nosso maior patrimônio", diz Mônica de Sousa.
Ao contrário da Maurício de Sousa Produções, os produtos assinados por artistas dependem da exposição em meios de comunicação.
Para Carlos Takeo Tomita, agente licenciador dos apresentadores Gugu e Eliana, cerca de 80% dos negócios dependem da audiência dos programas. "Não dá para vender produtos de quem não aparece na TV."
Basta dizer que a queda de audiência do programa de Eliana, há pouco mais de um ano, diminuiu a receita da apresentadora. Com a troca do SBT pela Record, a moça perdeu metade de seu ibope e o faturamento caiu 20%. Ela precisou de cerca de quatro meses para recuperar audiência e vendas.
Para estampar o nome nos produtos, os artistas cobram dos fabricantes até 10% de royalties sobre as vendas. Em média, esse "cachê" varia entre 5% e 6%.
Os agentes de licenciamento ficam com cerca de 30% do valor pago em royalties. O restante, cerca de 90% do valor das vendas, vai para os fabricantes.
Com a expansão da indústria da fama, que cria mais artistas a cada ano, os licenciados só tendem a crescer. E o setor de brinquedos é o que mais se vale desse artifício para melhorar seu desempenho.
Em 99, de cada dez brinquedos vendidos, quase seis usavam a imagem de artistas famosos. Há três anos, essa proporção era de dez para três. A previsão para este ano é que os licenciados respondam por 65% das vendas, estimadas em R$ 950 milhões pela Abrinq, que representa o setor.
No rastro dos brinquedos, empresas de outros setores também estão de olho nos artistas. Gugu Liberato vai lançar um chuveiro e Hebe Camargo fechou contrato com fabricantes de ar-condicionado e aquecedores. (JW e FF)


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