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Mantega diz que país vai sacar a parcela de março
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, disse ontem
que o governo sacará em março a parcela US$ 4,1 bilhões
prevista no acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional). Ele adiantou que o país
também deverá usar a parcela
de US$ 8,9 bilhões, marcada
para junho.
Ontem, a missão do FMI chegou a Brasília e se reuniu com
integrantes da equipe econômica. Horas antes do encontro
com os representantes do Fundo, Mantega disse que o país
pretende "enxugar" o acordo.
"Essa é a fórmula ideal, um
acordo bastante enxuto com
dois ou três pontos principais",
afirmou. Segundo ele, as reformas estruturais, o desempenho
das empresas e metas de privatização "não são alçada do
FMI". "Cabe ao Fundo circunscrever a situação das contas públicas. É isso que interessa. A
meta mais importante é o superávit primário", avaliou.
O ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) declarou ontem que não acredita em alterações substanciais nos termos
do acordo. "Não há previsão de
nenhuma mudança importante", comentou após encontro
com a missão.
Mantega descartou a possibilidade de o governo solicitar ao
FMI a inclusão de uma cláusula
de emergência no acordo para
neutralizar os efeitos da iminente guerra entre EUA e Iraque. Ele disse ainda que a guerra não deverá exigir uma antecipação dos saques.
"As medidas que estão sendo
tomadas já são suficientes para
enfrentar um cenário de guerra. Esse superávit maior já é
uma preocupação para uma
guerra", disse. Na semana passada, o governo anunciou a elevação da meta de superávit primário (economia de receita para o pagamento de juros da dívida) de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto) para 4,25%.
"Agora não precisamos ficar
fixos nessa posição [não antecipar saques ou incluir cláusula
de emergência". Podemos ter
que reavaliar o cenário. Na minha opinião, as repercussões
serão bastante tênues aqui no
Brasil, mas temos que ser precavidos", ressalvou o ministro.
Mantega afirmou também
que, por enquanto, o governo
não pretende propor ao Fundo
que os investimentos da empresas estatais sejam excluídos
das despesas primárias do governo.
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