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São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

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Mantega diz que país vai sacar a parcela de março

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse ontem que o governo sacará em março a parcela US$ 4,1 bilhões prevista no acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Ele adiantou que o país também deverá usar a parcela de US$ 8,9 bilhões, marcada para junho.
Ontem, a missão do FMI chegou a Brasília e se reuniu com integrantes da equipe econômica. Horas antes do encontro com os representantes do Fundo, Mantega disse que o país pretende "enxugar" o acordo.
"Essa é a fórmula ideal, um acordo bastante enxuto com dois ou três pontos principais", afirmou. Segundo ele, as reformas estruturais, o desempenho das empresas e metas de privatização "não são alçada do FMI". "Cabe ao Fundo circunscrever a situação das contas públicas. É isso que interessa. A meta mais importante é o superávit primário", avaliou.
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) declarou ontem que não acredita em alterações substanciais nos termos do acordo. "Não há previsão de nenhuma mudança importante", comentou após encontro com a missão.
Mantega descartou a possibilidade de o governo solicitar ao FMI a inclusão de uma cláusula de emergência no acordo para neutralizar os efeitos da iminente guerra entre EUA e Iraque. Ele disse ainda que a guerra não deverá exigir uma antecipação dos saques.
"As medidas que estão sendo tomadas já são suficientes para enfrentar um cenário de guerra. Esse superávit maior já é uma preocupação para uma guerra", disse. Na semana passada, o governo anunciou a elevação da meta de superávit primário (economia de receita para o pagamento de juros da dívida) de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto) para 4,25%.
"Agora não precisamos ficar fixos nessa posição [não antecipar saques ou incluir cláusula de emergência". Podemos ter que reavaliar o cenário. Na minha opinião, as repercussões serão bastante tênues aqui no Brasil, mas temos que ser precavidos", ressalvou o ministro.
Mantega afirmou também que, por enquanto, o governo não pretende propor ao Fundo que os investimentos da empresas estatais sejam excluídos das despesas primárias do governo.


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