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COMÉRCIO GLOBAL
Para governo, diferenciação de países na oferta norte-americana para a Alca é prejudicial ao Mercosul
Proposta dos EUA é restrita, diz Argentina
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino criticou
ontem a proposta inicial dos EUA
para a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas),
apresentada anteontem pelo governo norte-americano. Para o
governo argentino, os termos da
proposta não são "satisfatórios
para a Argentina e o Mercosul".
Apesar de afirmar que a proposta dos EUA demonstra "o compromisso do país em negociar a
Alca", o documento faz uma série
de ressalvas, todas similares às
apresentadas pelos negociadores
do governo brasileiro, que também consideraram a proposta
dos EUA "limitada".
"A proposta faz uma diferenciação entre os países da Alca e omite
alguns elementos que são essenciais para o Mercosul", disse Martín Redrado, secretário de Comércio Exterior argentino.
Anteontem os EUA apresentaram sua primeira proposta com
as "ofertas" do país para a negociação da Alca. A proposta inclui
redução e eliminação de tarifas,
mas não menciona barreiras não-tarifárias (como cotas de importação, subsídios para empresas locais, barreiras fitossanitárias).
São justamente esses tipos de
barreira que mais prejudicam os
produtores brasileiros e argentinos. A posição norte-americana é
de apenas negociá-las na OMC. O
país também apresentou propostas diferentes para cada grupo de
países: as ofertas para os países da
América Central são mais abrangentes e englobam mais setores
do que a oferta apresentada para
o Mercosul.
Os prazos de abertura dos mercados sugeridos pelos EUA também prejudicariam a região: as tarifas sobre produtos agrícolas importantes para Brasil e Argentina
só acabariam em 10 ou 15 anos.
Andinos
A Colômbia vai tentar negociar
um acordo bilateral com os EUA,
disse ontem o ministro do Comércio Exterior do país, Jorge
Humberto Botero. O país, no entanto, mantém o compromisso de
integrar a Alca.
O ministro peruano de Relações
Exteriores, Allan Wagner, também declarou ontem que seu país
poderia negociar em curto prazo
um tratado bilateral com os EUA.
Os ministros dos países andinos
(Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) devem se encontrar com o representante comercial dos EUA,
Robert Zoellick, ainda neste mês,
em Washington.
Com agências internacionais
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