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São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

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COMÉRCIO GLOBAL

Para governo, diferenciação de países na oferta norte-americana para a Alca é prejudicial ao Mercosul

Proposta dos EUA é restrita, diz Argentina

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

O governo argentino criticou ontem a proposta inicial dos EUA para a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), apresentada anteontem pelo governo norte-americano. Para o governo argentino, os termos da proposta não são "satisfatórios para a Argentina e o Mercosul".
Apesar de afirmar que a proposta dos EUA demonstra "o compromisso do país em negociar a Alca", o documento faz uma série de ressalvas, todas similares às apresentadas pelos negociadores do governo brasileiro, que também consideraram a proposta dos EUA "limitada".
"A proposta faz uma diferenciação entre os países da Alca e omite alguns elementos que são essenciais para o Mercosul", disse Martín Redrado, secretário de Comércio Exterior argentino.
Anteontem os EUA apresentaram sua primeira proposta com as "ofertas" do país para a negociação da Alca. A proposta inclui redução e eliminação de tarifas, mas não menciona barreiras não-tarifárias (como cotas de importação, subsídios para empresas locais, barreiras fitossanitárias).
São justamente esses tipos de barreira que mais prejudicam os produtores brasileiros e argentinos. A posição norte-americana é de apenas negociá-las na OMC. O país também apresentou propostas diferentes para cada grupo de países: as ofertas para os países da América Central são mais abrangentes e englobam mais setores do que a oferta apresentada para o Mercosul.
Os prazos de abertura dos mercados sugeridos pelos EUA também prejudicariam a região: as tarifas sobre produtos agrícolas importantes para Brasil e Argentina só acabariam em 10 ou 15 anos.

Andinos
A Colômbia vai tentar negociar um acordo bilateral com os EUA, disse ontem o ministro do Comércio Exterior do país, Jorge Humberto Botero. O país, no entanto, mantém o compromisso de integrar a Alca.
O ministro peruano de Relações Exteriores, Allan Wagner, também declarou ontem que seu país poderia negociar em curto prazo um tratado bilateral com os EUA.
Os ministros dos países andinos (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) devem se encontrar com o representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, ainda neste mês, em Washington.


Com agências internacionais

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