DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo editará uma medida provisória na próxima semana concedendo um reajuste salarial de 61% a 93%, até o final de 2006, aos médicos peritos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Além disso, realizará, a partir deste ano, concurso público para preencher 3.000 vagas na perícia médica do órgão.
As medidas devem pôr fim, a partir da semana que vem, à greve dos médicos peritos do INSS, que já dura 73 dias.
"Há o compromisso de eles retornarem ao trabalho após a publicação da medida provisória", declarou ontem o ministro da Previdência Social, Amir Lando.
O reajuste salarial terá um impacto de R$ 39 milhões na folha de pagamento do INSS neste ano. Até 2006, o aumento de gasto será de R$ 110 milhões. De acordo com o ministro, os mais de dois meses de greve geraram prejuízo de R$ 40 milhões para os cofres públicos.
Isso porque a falta de perícia médica fez com que vários benefícios que podiam ser suspensos continuaram sendo pagos. Por causa da greve, entre 500 mil e 600 mil perícias estão atrasadas.

Carreira
Na negociação com os grevistas, o governo também se comprometeu a criar a carreira de médico perito. Hoje, os médicos peritos são admitidos em concursos para analistas previdenciários. O concurso para preencher as 3.000 vagas será o primeiro específico para a carreira.
Atualmente, existem 2.600 médicos peritos concursados no INSS com carga entre 20 e 40 horas semanais. Os demais peritos são terceirizados, o que deve acabar em um prazo de dois anos. Atendendo à reivindicação da categoria, o governo prometeu eliminar a terceirização nessa área.
Na avaliação do ministro, o atendimento deve voltar à normalidade nos postos da Previdência somente dentro de 180 dias.
Nesse período, os médicos deverão aumentar em 40% o número de consultas diárias com o objetivo de atender os trabalhadores que necessitam passar pela perícia.
"Faremos um esforço concentrado. Por isso, pedimos à população compreensão porque teremos um fluxo limitado de atendimento", disse Lando.


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