São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Fluxo positivo de dólares garante cotação, a menor desde o final de janeiro; Bolsa recua 0,58%

Sem BC, dólar fecha a menos de R$ 2,90

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem intervenção do Banco Central para segurar a cotação, o dólar recuou ontem pelo quarto dia seguido e pela primeira vez no mês fechou negociado abaixo de R$ 2,90. A moeda norte-americana caiu 0,37%, para R$ 2,896.
O BC completou oito dias sem realizar leilões de compra de dólar. A expectativa entre os operadores era a de que o BC retornasse ao mercado quando a cotação da moeda ficasse abaixo de R$ 2,90, o piso estimado pelo mercado. Não ocorreu. Na semana, a queda acumulada do dólar chega a 1,29%. A cotação é a menor desde os R$ 2,87 registrados em 27 de janeiro.
"O fluxo de dólares continua positivo, mas não em uma quantidade que permita a retomada de compras sem provocar ruídos. É natural que ocorra ansiedade, porque agora ninguém sabe como o Banco Central se comportará", disse Alexandre Vasarhely, chefe da mesa de câmbio do banco ING, em referência ao fato de que, em janeiro, aproveitando-se do fluxo de captações, o BC realizou 25 leilões de compra.
A Bovespa foi influenciada pela queda nas Bolsas americanas e até por rumores sobre o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, que será conhecido hoje. A Bolsa paulista, que no dia anterior acumulara a segunda maior alta do ano (4,68%), fechou ontem em baixa.
O Ibovespa caiu 0,58%, para 23.063 pontos. O volume negociado foi de R$ 1,162 bilhão, contra o R$ 1,4 bilhão de anteontem. Os papéis do setor elétrico, puxados pela Eletrobrás (alta de 5,7%), foram o destaque positivo. Mas no resultado do pregão pesou a queda de 1,75% nos papéis da Telemar, os mais negociados na Bolsa.
No mercado futuro, o contratos começam a demonstrar que há quem aposte em uma queda de juros na reunião do Copom. Alguns operadores se arriscam a dizer que há espaço para corte de 0,25 ponto. Mas a determinante, avaliam, poderá ser o IPCA de hoje. Os contratos com vencimento em janeiro de 2005 fecharam negociados com taxa de 15,30% contra os 15,37% da véspera.
Principal título da dívida brasileira, o C-Bond voltou a subir. Encerrou o dia comercializado com alta de 0,38%, a 98,375% de seu valor de face. Conseqüência direta: o risco-país do Brasil caiu 2,56%, para 494 pontos. O risco-país não se situava abaixo de 500 pontos desde 30 de janeiro passado. (JOSÉ ALAN DIAS)


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