São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Caixa reduz juro para financiar imóveis

Maior diminuição ocorreu para residências com valor acima de R$ 350 mil; prazo para amortização foi ampliado para 30 anos

Taxa de juros do banco deve ficar no máximo em 10,48% ao ano, contra 11,84% em 2007; balanço aponta recorde de financiamentos

VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Caixa Econômica Federal anunciou redução das taxas de juros para o financiamento de imóveis residenciais novos ou usados com recursos da poupança. A redução mais significativa foi feita para imóveis com valor acima de R$ 350 mil ou com valor financiado superior a R$ 245 mil, com queda de 1,36 ponto percentual.
"Criamos condições mais atrativas de taxa de juros, prazo de financiamento e cota de financiamento para a classe média", disse Bernadete Coury, superintendente nacional de habitação da Caixa.
Todas as faixas de valor de imóveis financiados com recursos da poupança tiveram diminuição da taxa de juros anual. Neste ano, a taxa de juros nominal deve variar de 8,09% a 10,48%. No ano passado, a variação era de 8,65% a 11,84%.
Outra mudança é que os imóveis avaliados em mais de R$ 350 mil terão prazo maior de amortização (redução gradual da dívida), de 180 meses para 360 meses. Nesses casos, a cota de financiamento do imóvel passa de 70 para 80%.
Para facilitar o acesso ao financiamento, o banco diz que criará em sete Estados postos especiais para atender construtoras. Para pessoas físicas, em 825 postos de atendimento, o banco começa a oferecer "ilhas de habitação", que são guichês que, segundo a Caixa, terão capacidade para atender até dez pessoas ao mesmo tempo. As ilhas estão situadas em agências que respondem por cerca de 80% do volume do crédito imobiliário do país.
Segundo Jorge Hereda, vice-presidente de habitação da Caixa, neste ano os juros para os imóveis mais valiosos tiveram redução superior aos imóveis com valor mais baixo porque em 2007 estes já haviam tido queda significativa.
Hereda afirma que o banco reduziu os juros porque caíram a taxa de inadimplência e o volume de perdas nos financiamentos. Em 2001, os atrasos superiores a 90 dias chegaram a 12,5%, e, no ano passado, recuaram para 4,2%.
"A Caixa tem uma carteira de 1,8 milhão de clientes em habitação e avaliou que a qualidade da carteira está melhor", diz.
Ontem, a Caixa anunciou financiamento recorde de habitação e de projetos de saneamento e infra-estrutura no ano passado. Destinou R$ 21,5 bilhões para habitação e R$ 15,7 bilhões para as outras duas modalidades, totalizando R$ 37,2 bilhões em 2007, o que representa o maior valor contratado em dez anos.
De acordo com o banco, 1 milhão de famílias foram atendidas em 2007 e 82% delas tinham renda mensal de até cinco salários mínimos. Em 2008, a Caixa terá orçamento inicial de R$ 25,9 bilhões para financiamento de habitação, saneamento e infra-estrutura.
Um levantamento feito pela instituição mostra que, no ano passado, jovens de até 30 anos foram os principais clientes do financiamento de habitação do banco. Esse público foi responsável por 36% dos financiamentos feitos pela Caixa em 2007. Mais da metade desses jovens prefere financiar imóveis na planta. Os imóveis novos prontos são escolhidos por 15%, e os usados, por 30%.


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