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SP rejeita convênio do Codefat com entidade da Força Sindical
Proposta de confederação de trabalhadores elevaria em 65% o custo de colocação de mão-de-obra na capital e em 97% em relação ao gasto pelo Estado
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo se
posicionou ontem "absolutamente contrária" à proposta da
CNTM (Confederação Nacional de Trabalhadores Metalúrgicos), filiada à Força Sindical,
de assumir dois centros de treinamento e colocação de mão-de-obra na capital.
A proposta foi apresentada
pela CNTM ao Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de
Amparo ao Trabalhador) e retiraria da prefeitura dois de seus
seis centros de recolocação de
trabalhadores em São Paulo.
Se aprovado, o convênio representaria um custo 97%
maior por trabalhador recolocado no mercado do que o gasto
hoje pelo Estado de São Paulo.
Em relação à própria prefeitura, o aumento seria de 65%.
Hoje, a prefeitura gasta R$
118,20 por trabalhador recolocado. Pela proposta da CNTM,
o valor saltaria para R$ 195,33.
A prefeitura paulistana também questionou, citando reportagem da Folha publicada
na segunda-feira, o volume de
dinheiro que o Codefat pretende repassar à CNTM.
Diz a nota oficial da prefeitura: "A Secretaria Municipal do
Trabalho recebe um repasse
anual do Ministério do Trabalho de R$ 7,02 milhões para administrar seis CATs (Centros
de Atendimento ao Trabalhador) e mais uma unidade no
bairro da Luz, centro, a ser
inaugurada em breve (...) A
CNTM propõe administrar
apenas dois CATs ao custo de
R$ 7,07 milhões, consumindo
assim todos os recursos federais destinados às unidades dos
CATs restantes".
A prefeitura também contestou o plano da CNTM de tomar
R$ 4,5 milhões para treinamento de mão-de-obra, "quase
o triplo do valor atual desse
mesmo programa no convênio
do FAT com a prefeitura".
O governo do Estado, que deveria analisar a proposta em
reunião hoje, tirou o tema da
pauta, seguindo a prefeitura.
O Estado de São Paulo também faz o trabalho de recolocação de mão-de-obra, mas a um
custo menor que o proposto
pela CNTM (R$ 99,25, contra
R$ 195,33).
A realização de um eventual
convênio entre Codefat e
CNTM só foi possível após assinatura de resolução em novembro. Vários convênios do
tipo estavam suspensos havia
anos por suspeitas de irregularidades, inclusive com envolvimento da Força Sindical.
Ontem, a Comissão de Ética
do governo federal, presidida
por Marcílio Marques Moreira,
que é contrario à permanência
de Carlos Lupi (Trabalho) no
cargo por ele presidir o PDT,
afirmou que o convênio Codefat-CNTM será objeto de análise durante sua próxima reunião, marcada para o dia 25.
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