São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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SP rejeita convênio do Codefat com entidade da Força Sindical

Proposta de confederação de trabalhadores elevaria em 65% o custo de colocação de mão-de-obra na capital e em 97% em relação ao gasto pelo Estado

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo se posicionou ontem "absolutamente contrária" à proposta da CNTM (Confederação Nacional de Trabalhadores Metalúrgicos), filiada à Força Sindical, de assumir dois centros de treinamento e colocação de mão-de-obra na capital.
A proposta foi apresentada pela CNTM ao Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) e retiraria da prefeitura dois de seus seis centros de recolocação de trabalhadores em São Paulo.
Se aprovado, o convênio representaria um custo 97% maior por trabalhador recolocado no mercado do que o gasto hoje pelo Estado de São Paulo.
Em relação à própria prefeitura, o aumento seria de 65%. Hoje, a prefeitura gasta R$ 118,20 por trabalhador recolocado. Pela proposta da CNTM, o valor saltaria para R$ 195,33.
A prefeitura paulistana também questionou, citando reportagem da Folha publicada na segunda-feira, o volume de dinheiro que o Codefat pretende repassar à CNTM.
Diz a nota oficial da prefeitura: "A Secretaria Municipal do Trabalho recebe um repasse anual do Ministério do Trabalho de R$ 7,02 milhões para administrar seis CATs (Centros de Atendimento ao Trabalhador) e mais uma unidade no bairro da Luz, centro, a ser inaugurada em breve (...) A CNTM propõe administrar apenas dois CATs ao custo de R$ 7,07 milhões, consumindo assim todos os recursos federais destinados às unidades dos CATs restantes".
A prefeitura também contestou o plano da CNTM de tomar R$ 4,5 milhões para treinamento de mão-de-obra, "quase o triplo do valor atual desse mesmo programa no convênio do FAT com a prefeitura".
O governo do Estado, que deveria analisar a proposta em reunião hoje, tirou o tema da pauta, seguindo a prefeitura.
O Estado de São Paulo também faz o trabalho de recolocação de mão-de-obra, mas a um custo menor que o proposto pela CNTM (R$ 99,25, contra R$ 195,33).
A realização de um eventual convênio entre Codefat e CNTM só foi possível após assinatura de resolução em novembro. Vários convênios do tipo estavam suspensos havia anos por suspeitas de irregularidades, inclusive com envolvimento da Força Sindical.
Ontem, a Comissão de Ética do governo federal, presidida por Marcílio Marques Moreira, que é contrario à permanência de Carlos Lupi (Trabalho) no cargo por ele presidir o PDT, afirmou que o convênio Codefat-CNTM será objeto de análise durante sua próxima reunião, marcada para o dia 25.


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