São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Sindicalistas e dirigente de conselho contestam dados de reportagem

Após reportagem publicada na segunda, alguns dos citados enviaram cartas contestando. Todos haviam sido procurados antes, mas inicialmente não quiseram se manifestar. Leia os principais trechos abaixo (íntegras em www.folha.com.br/paineldoleitor):

 

A Força Sindical e seu presidente foram indevidamente envolvidos. Quero esclarecer que a Força não pretende pleitear do Ministério do Trabalho nenhum convênio para prestar qualquer tipo de serviço e que, até por eu ser do PDT, mesmo partido do ministro Lupi, a quem admiro, não costumamos tratar disso em conversas.
A Força não é proprietária dos prédios nos bairros da Liberdade e Santo Amaro onde funcionam duas unidades do Sistema Nacional de Emprego. Os prédios são do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Não sendo a Força proprietária, não pode alugá-los.
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
 

Embora represente a Força Sindical no Codefat, não defendo nem posso defender os interesses dessa nem de nenhuma outra entidade. O referido conselho, para o qual fui eleito, por unanimidade, pelas bancadas dos trabalhadores, dos empregadores e do governo é tripartite e paritário e todas as decisões são tomadas pelo colegiado, no qual tenho apenas um dos 12 votos. Portanto, está equivocada a informação de que o repasse (de verbas para a CNTM) foi viabilizado por Luiz Fernando Emediato.
Estranha-me a informação publicada de que o custo de colocação dos trabalhadores nos postos de atendimento que se estuda transferir da Prefeitura de São Paulo para a CNTM esteja mais alto que o usual. Este custo é rigorosamente o mesmo praticado desde 1998 anteriormente pela Força Sindical e hoje pela Prefeitura de São Paulo. São custos para a manutenção de postos já existentes.
O custo de operação dos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) pelos governos estaduais é maior do que os que constam nos planos de trabalho dos convênios por eles assinados porque os Estados repassam parte do serviço para municípios, que, em geral, arcam com as instalações e pagamento de pessoal. O Estado também é obrigado a dar contrapartida de no mínimo 20% do valor do convênio, custo que deve ser computado.
Luiz Fernando Emediato, presidente do Codefat
 

O valor para recolocação de trabalhadores nas duas unidades que a CNTM pretende assumir não é diferente do custo de recolocação praticado no âmbito do convênio hoje celebrado com o governo do município/Estado. Os valores são os mesmos de sempre e são os praticados atualmente pela Prefeitura de São Paulo.
O custo de atendimento ao trabalhador pelo governo do Estado deve somar os recursos do FAT, a contrapartida de 20% exigida do governo e o adicional pago pelas prefeituras subconveniadas com o Estado;
Quando a Folha afirma que o governo do Estado coloca 140.320 trabalhadores em 47 unidades próprias e em 158 pertencentes a prefeituras, faz-se necessário salientar que: a) tal número faz parte do plano de trabalho para o governo estadual para 2008 e não para trabalhadores efetivamente colocados; e b) se é verdade que a CNTM colocará 36.199 em "apenas" duas unidades, faltou informar que essas duas unidades são gigantescas, com mais de cem pontos de atendimento.
Eleno José Bezerra, presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de SP
 

Respostas do jornalista Fernando Canzian:
O próprio posicionamento, ontem, da prefeitura paulistana e os números apresentados revelam discrepâncias nas afirmações de Emediato e Bezerra de que não haveria custo adicional para a colocação de mão-de-obra em São Paulo em relação ao que é praticado hoje. Na prática, a CNTM quer R$ 7,07 milhões (verba exclusiva de colocação) para uma meta de 36.199 trabalhadores. A prefeitura paulistana gastou em 2007 R$ 7,02 milhões para recolocar no mercado 59.385;
Também não procedem os questionamentos de ambos sobre as comparações na reportagem: a diferença de 97% entre o custo de colocação de mão-de-obra entre o plano da CNTM (R$ 195,33) e o do Estado de São Paulo (R$ 99,25) foi calculada sem se somar a contrapartida de ambos (5% da CNTM e 20% do Estado) para tornar a comparação precisa e relativa exclusivamente à verba do Codefat;
Também não procede a afirmação de Bezerra sobre o total de mão-de-obra colocada pelo Estado em 2007. Tomando-se o período fechado entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2007, o Estado recolocou no mercado 150.667;
Foi Emediato foi quem assinou a resolução 560, viabilizando os repasses;
Embora os prédios onde os convênios deveriam funcionar sejam do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, presidido por Bezerra (da CNTM) e ligado à Força Sindical, estão previstos mais de R$ 1 milhão em aluguéis e outras despesas.


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