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Buffett oferece ajuda a seguradoras
Proposta de megainvestidor americano anima mercados, mas já foi recusada por uma das empresas
Oferta de bilionário, porém, só inclui títulos municipais,
vistos como mais seguros, deixando de fora os ativos
ligados ao "subprime"
DA REDAÇÃO
O megainvestidor americano
Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo, ofereceu-se para garantir até US$
800 bilhões em títulos das principais seguradoras de crédito
dos Estados Unidos.
A proposta do bilionário, no
entanto, só inclui os títulos municipais, considerados muito
mais seguros, deixando de lado
os ativos lastreados em crédito
imobiliário "subprime" (para
pessoas com histórico ruim de
pagamento), que são vistos como o grande problema dessas
empresas.
Em entrevista à rede de TV
CNBC, Buffett disse que fez a
proposta para três das maiores
empresas do setor de seguros
de crédito, Ambac, MBIA e Financial Guaranty Insurance.
Segundo ele, uma delas já recusou a oferta -mas não disse
qual. No final do ano passado,
ele lançou a sua própria seguradora, a Berkshire Hathaway Assurance, que concorre com as
mesmas empresas a quem ofereceu garantir os títulos.
A proposta de Buffett animou ontem os mercados. As
principais Bolsas européias subiram mais de 3%. Nos EUA, o
índice Dow Jones, da Bolsa de
Nova York, avançou 1,09%. A
Bovespa subiu 1,92% (leia ao lado). As ações da MBIA e da Ambac, as duas maiores empresas
do setor de seguro de crédito e
que garantem US$ 1 trilhão em
títulos, caíram 15,32% e 15,08%
respectivamente.
Desde que começaram as notícias sobre os problemas nessas empresas, especulava-se
que Buffett poderia ajudar o setor, mas ontem ele deixou claro
que a sua proposta não é filantrópica. "Quando eu conversar
com são Pedro , não vou apresentar isso como uma ação que
vai me permitir entrar [no
céu]", disse. "Estamos fazendo
isso para ganhar dinheiro."
A proposta do bilionário dificilmente resolveria o problema
das seguradoras, já que elas ficariam apenas com os títulos
mais arriscados -tornando-as,
provavelmente, mais vulneráveis. "Resumidamente, se alguma dessas companhias aceitar
a oferta, será quase como levantar bandeira branca e admitir que está acabada", afirmou
Rob Haines, analista da empresa de pesquisa CreditSights.
"Não faz sentido elas desistirem da parte boa do negócio."
As seguradoras estão enfrentando dificuldades para garantir a nota máxima das agências
de classificação de risco. A Ambac, por exemplo, já teve a sua
nota reduzida pela Fitch. A
classificação AAA é essencial
para o seu negócio, já que ela
permite que os títulos segurados paguem juros menores.
Um rebaixamento também
forçaria os bancos a elevar consideravelmente o montante de
capital de risco que retêm contra transações já realizadas
com as seguradoras ou os detentores de títulos segurados.
Nas últimas semanas, as autoridades reguladoras de Nova
York têm discutido com grandes bancos medidas para ajudar as companhias de seguro de
crédito. A ação de Buffett deve
aumentar ainda mais as pressões sobre as instituições para
encontrarem uma solução para
o problema, já que o megainvestidor ficaria com a parte boa
do negócio, deixando as empresas, que seguram títulos desses
bancos, apenas com a parte
mais arriscada.
Com agências internacionais e "New York Times"
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