São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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Governo dos Estados Unidos anuncia plano de ajuda a proprietários de casas

DA REDAÇÃO

O governo dos Estados Unidos anunciou ontem um plano com as principais financeiras do país para ajudar as pessoas que correm o risco de perder as suas casas. O projeto dá um prazo de 30 dias para que os proprietários que enfrentam a possibilidade de execução de hipotecas renegociem as suas dívidas, suspendendo a execução nesse período.
As medidas, chamadas de "Projeto Salva-Vidas", estarão disponíveis para proprietários que realizaram todos os tipos de hipotecas, e não apenas as "subprime" (para pessoas com histórico ruim de pagamento) -que foram o alvo das ações anteriores do governo. Mas o projeto só se aplica a quem está com os pagamentos atrasados há pelo menos três meses.
A Casa Branca não disse quantas pessoas espera que sejam ajudadas pelo projeto. Ele exclui proprietários que entraram em falência, propriedades cujas execuções foram iniciadas nos últimos dias 30 dias e casos em que a hipoteca foi usada como investimento ou na compra de casa de férias. Mais de 1 milhão de pessoas estavam com os pagamentos muito atrasados em 2007 nos EUA.
O projeto reúne seis das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos (Citigroup, Washington Mutual, JP Morgan Chase, Bank of America, Countrywide Financial e Wells Fargo), que respondem por quase 50% do crédito imobiliário do país.
Essas instituições disseram que entrarão em contato com os proprietários de casas que estão há pelo menos 90 dias com suas mensalidades atrasadas. O processo de arresto será suspenso por 30 dias, e os bancos prometem tentar negociar uma proposta que seja mais razoável para os proprietários.
"Esses esforços são para ajudar as famílias americanas que querem e podem, por meio de uma modificação nos pagamentos ou refinanciamentos, continuar em suas casas", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson. Segundo ele, o plano não é para ajudar especuladores imobiliários ou quem cometeu fraudes.
Mas os bancos não são obrigados a seguir o plano e há quem duvide que essas medidas serão suficientes para resolver a crise no setor imobiliário -o estopim da atual crise americana. "Elas não parecem ter nenhuma força", afirmou James Paulsen, do Wells Capital Management. "Eu não vi nada de novo."
"Isso é como dar uma tarefa de casa para seis estudantes, mas não exigir que eles entreguem o trabalho ou, pelo menos, apresentem um relatório sobre o progresso feito", afirmou Ted Lieu, democrata da Assembléia do Estado da Califórnia. "O histórico da indústria financeira norte-americana em cumprir as promessas públicas de ajuda a proprietários de casas têm estado -para pegar leve- em falta."


Com agências internacionais e "New York Times"

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