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Em crise, Gradiente chega a ter ação suspensa
Pedido de falência feito por fornecedor gerou paralisação
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Jimenez Associados entrou com pedido no Tribunal
de Justiça de São Paulo para
que seja decretada a falência da
Gradiente. A negociação com
os papéis da empresa de eletroeletrônicos na Bolsa de Valores de São Paulo foi suspensa
durante a manhã de ontem à
espera de esclarecimentos.
Poucos minutos depois, a
Gradiente informou em nota
ao mercado que o pedido se refere a uma dívida de R$
244.137,28 e que tomaria as
medidas necessárias para resguardar os direitos da empresa.
Segundo Ruy Fernando Cavalheiro, advogado da Jimenez
Associados, essa foi a estratégia
usada para assegurar o recebimento dos recursos já que os
protestos de títulos foram ignorados. A Jimenez Associados
prestava serviços de administração de um programa de fidelidade e recompensas aos vendedores de lojas varejistas.
A Gradiente afirmou na nota
ao mercado que o montante cobrado inclui faturamentos emitidos após o término do período
de aviso prévio para rescisão do
contrato e que, por isso, ainda
não foram assumidos.
O fato de haver um pedido
não significa que a empresa terá sua falência decretada, mas
expõe a crise de uma das marcas de eletroeletrônicos mais
tradicionais do país. Fundada
em 1964, a empresa de Eugenio
Staub está parada e acumula dívidas de R$ 284 milhões. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, desde agosto do ano passado as atividades
na fábrica da empresa em Manaus foram paralisadas, mas os
funcionários continuam recebendo normalmente. Hoje a
Gradiente emprega 765 pessoas. No primeiro trimestre do
ano passado, eram 1.400.
Em dificuldade, a empresa já
iniciou conversas com o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Segundo fontes envolvidas na negociação, uma das
exigências possíveis é a reestruturação da empresa com a
entrada de novos sócios. Em
2006, a empresa pegou um empréstimo de R$ 65 milhões no
banco para comprar a Philco,
que era do Itaú. O pagamento
está em dia, mas ainda faltam
cerca de R$ 30 milhões para o
empréstimo ser quitado.
Em setembro, Nelson Bastos,
da consultoria Íntegra, assumiu a presidência da companhia. O executivo negocia com
bancos e fornecedores o pagamento das dívidas.
Procurada ontem, a Gradiente não quis se manifestar.
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