São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em crise, Gradiente chega a ter ação suspensa

Pedido de falência feito por fornecedor gerou paralisação

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A Jimenez Associados entrou com pedido no Tribunal de Justiça de São Paulo para que seja decretada a falência da Gradiente. A negociação com os papéis da empresa de eletroeletrônicos na Bolsa de Valores de São Paulo foi suspensa durante a manhã de ontem à espera de esclarecimentos.
Poucos minutos depois, a Gradiente informou em nota ao mercado que o pedido se refere a uma dívida de R$ 244.137,28 e que tomaria as medidas necessárias para resguardar os direitos da empresa.
Segundo Ruy Fernando Cavalheiro, advogado da Jimenez Associados, essa foi a estratégia usada para assegurar o recebimento dos recursos já que os protestos de títulos foram ignorados. A Jimenez Associados prestava serviços de administração de um programa de fidelidade e recompensas aos vendedores de lojas varejistas.
A Gradiente afirmou na nota ao mercado que o montante cobrado inclui faturamentos emitidos após o término do período de aviso prévio para rescisão do contrato e que, por isso, ainda não foram assumidos.
O fato de haver um pedido não significa que a empresa terá sua falência decretada, mas expõe a crise de uma das marcas de eletroeletrônicos mais tradicionais do país. Fundada em 1964, a empresa de Eugenio Staub está parada e acumula dívidas de R$ 284 milhões. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, desde agosto do ano passado as atividades na fábrica da empresa em Manaus foram paralisadas, mas os funcionários continuam recebendo normalmente. Hoje a Gradiente emprega 765 pessoas. No primeiro trimestre do ano passado, eram 1.400.
Em dificuldade, a empresa já iniciou conversas com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo fontes envolvidas na negociação, uma das exigências possíveis é a reestruturação da empresa com a entrada de novos sócios. Em 2006, a empresa pegou um empréstimo de R$ 65 milhões no banco para comprar a Philco, que era do Itaú. O pagamento está em dia, mas ainda faltam cerca de R$ 30 milhões para o empréstimo ser quitado.
Em setembro, Nelson Bastos, da consultoria Íntegra, assumiu a presidência da companhia. O executivo negocia com bancos e fornecedores o pagamento das dívidas.
Procurada ontem, a Gradiente não quis se manifestar.


Texto Anterior: Em expansão: PIB da Argentina cresce acima de 8% pelo 5º ano
Próximo Texto: Empresas: Faturamento de micro e pequenas cresce 4% em 2007
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.