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Ministério teme que restrição se alastre
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Escaldado pelas críticas internacionais, o Ministério da
Agricultura teme que a desconfiança dos europeus em relação
à carne bovina brasileira contamine outros mercados, como o
Oriente Médio, o norte da África e o leste da Europa, que
usam o bloco como referência
sanitária. O número de fazendas já inspecionadas pelo governo não será divulgado.
"Estamos trabalhando pela
reabertura de imediato. Diversos países se fundamentam nas
orientações que a União Européia dá", disse ontem o secretário-executivo do Ministério da
Agricultura, Silas Brasileiro.
Indagado se a eventual contaminação preocupa o governo,
o secretário foi lacônico. "Preocupa, sim", afirmou.
As exportações brasileiras
para os 27 países do bloco europeu estão suspensas desde o dia
1º. As autoridades européias esperavam do Brasil uma lista
com cerca de 300 propriedades
habilitadas para vender bois
rastreados. O ministério entregou 2.681 fazendas.
Diante do alto número, os europeus interromperam as importações, mas não declararam
oficialmente embargo, o que
mantém o mercado aberto para
o produto brasileiro e a referência para outros países. Após
protestar contra a decisão, classificando-a de protecionismo, o
governo brasileiro admitiu problemas de fiscalização e inconformidades em documentos
das fazendas. A fiscalização foi
feita por técnicos estaduais.
Hoje os europeus receberão
nova lista, que deve conter pelo
menos 683 fazendas verificadas pelo ministério.
O número foi informado à
Folha na semana passada pelo
secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz. Anteontem, em São Paulo, o ministro
Reinhold Stephanes disse que
seriam de 500 a 600.
"O produtor brasileiro estará
sendo desrespeitado novamente", afirmou Antenor de Amorim Nogueira, presidente do
Fórum Permanente de Pecuária de Corte da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária
de Corte do Brasil).
Colaborou a Redação
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